Lideranças, estratégias e monitoramento
A realização da I AMAS (Amazonian Management Symposium 2018), uma iniciativa da parceria USP/UEA, dentro do Doutoramento Interinstitucional de Gestão, vai jogar luzes no debate eleitoral que começa a agitar a opinião pública local e nacional, num país sem liderança, incapaz, portanto, de propor estratégias e onde o monitoramento dos resultados simplesmente inexiste. O Amazonas, extremamente carente dessa premissa gerencial, vive uma contrapartida fiscal há mais de 50 anos, prestando contas para o contribuinte, e obrigado a administrar a agressão maledicente da mídia da Sudeste, remunerada pela concorrência, e incapaz de ceder a um debate esclarecedor. Internamente, com uma liderança política historicamente desconectada dos vizinhos amazônicos, temos andado para trás.
Líderes verdadeiros deveriam manter, na melhor das hipóteses, o nível de valor gerado por seus antecessores. Ou serem capazes de separar a disputa eleitoral do interesse político da sociedade como um todo. Com um estado desmantelado pela contravenção acumulada, pagando juros de empréstimos destinados a obras de relevância discutível, debater o perfil de novos governantes, e das respectivas representações parlamentares, significa debater o que queremos dos candidatos que estão aí. Significa, debater, especialmente, sentido do monitoramento, da transparência na definição e aplicação dos recursos públicos.
Lideranças são reflexos dos liderados
Padece de sentido atacar as escolhas da sociedade, pois quem entra no jogo político tem que exercer esse papel em toda sua extensão. A partir do próximo mandato, quem entra na dança política precisa estar presente em todas as suas manifestações, ações e resultados. Debater a gestão da Amazônia, no day after de sua realização, na esteira de suas recomendações, exigirá que as lideranças possam ouvir a instância pensante do tecido social. Nesse segmento, obviamente, o setor produtivo está incluído através de suas entidades de classe.
Trabalhar com interlocução significa ouvir, propor o debate, promover a cobrança de responsabilidades e induzir a ação conectada com outras pontas do novelo social. E se todo político tem que ir aonde o povo está, cada povo tem o governante que o traduz. Daí a necessidade de esclarecer o papel de cada um, suas expectativas e atribuições, educar, desde os primórdios escolares, o que é política, sua função e alcance.
As celebridades locais do I AMAS
Entre as estrelas locais deste debate da hora, como referências de peso e credibilidade estão Denis Minev, Niro Higuchi, Adalberto Val, Augusto Rocha, todos com a mão na massa das oportunidades e do debate dos principais desafios enfrentados para quem quer empreender com inteligência e sustentabilidade na região amazônica, oferecendo alternativas de solução, de políticas e de prioridades para a ação.
O contexto desse Congresso é a Amazônia ignota até para muitos de nós que aqui vivemos. Porém, temos certeza que não podemos abrir mão de compartilhar tantos desafios com quem a isso se dedica por ofício e devoção, como Roberto Sbragia, Graziella Maria Comini, Paulo César Diniz, André Zogahib, Rosa Maria Fischer, Maria Paula Mourão, entre outros colegas da USP, UEA, um time focado nas diversas áreas da governança de pesquisa, desenvolvimento e inovação na Amazônia. As instituições locais como Embrapa, Ufam, Inpa, Senai, Senac, instituições privadas de ensino e pesquisa estarão agregando suas expertises nesse mutirão de parcerias que se iniciam, dando expansão e densidade aos desdobramentos previstos.
Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. [email protected] |
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