A Coluna Follow-Up, conforme prometido, continua, nesta semana, repercutindo o anúncio/compromisso do governador eleito, Amazonino Mendes, para sua gestão que se inicia em outubro. As manifestações continuam. Nesta terça, o presidente do Cieam. Wilson Périco, relembrou, em seu artigo no Espaço da Indústria, uma bandeira de reafirmação da existência da ZFM, motivo de sobra para o Amazonas pôr a cara no debate e exigir respeito à constitucionalidade de seus direitos contribuições e condições de trabalho.
O presidente da Fieam, Antonio Silva, foi direto ao ponto e traduziu arrumar pelo conceito de inovar e pelo respeito à Lei: “Temos recursos de sobra para diversificar a economia”. Já o Conselheiro do Cieam, Armando Ennes, não poderia ser mais emblemático e ilustrativo nas expectativas de todos. “Arrumar a casa é colocar as coisas no lugar e deixar um cheiro bom no ar”. E o empresário Saleh Hamdeh, responsável pelo Observatório da ZFM em Brasília, foi peremptório. “Arrumar não pode ser a mesmice do mesmo”.
Wilson Périco: respeito
“A Constituição autoriza o mecanismo da renúncia fiscal para reduzir desigualdades regionais. As divisas geradas no Amazonas, portanto, precisam ser investidas na Amazônia para gerar nova base econômica regional. As riquezas naturais desta região, tão cobiçada pelo mundo, precisam de um plano inteligente, sustentável e nacional de negócios. É tão difícil isto.
A Costa Rica tem um. A Colômbia está empinando… Os ativos de nossa biodiversidade – ou de nossa geodiversidade – como o potássio do Baixo Amazonas, a maior reserva deste mineral no mundo, vital para os fertilizantes do agronegócios, precisam de desembaraços burocráticos e soluções inteligentes. O nióbio de São Gabriel da Cachoeira, ou os minerais da Renca, a Reserva Mineral, Cultural e estratégica da fronteira do Pará com o Amapá, não podem virar resposta rápida para equacionar o rombo fiscal e moral que nós não criamos.
A palavra de ordem é transparência, gestão com inteligência para fazer das oportunidades naturais a inteligente prosperidade social e nacional. Topamos contribuir com a equação do rombo da classe política, mas queremos ser envolvidos na definição do melhor jeito, transparente e competente, de gerenciar a Amazônia. As entidades de classe, que representam as empresas do setor produtivo, querem ter vez e voz na aplicação dos recursos que estão, a duras penas, recolhendo a favor do Brasil”.
Antônio Silva: soluções duradouras
“Vamos trabalhar e fazer o dever de casa, cada um no seu quadrado, para fazer um governo redondo, integrado, organizado e de longo e médio prazo. Cada um no seu quadrado, mas conversado para acertar o todo como um bordado de tecidos, cada um com sua cor e beleza, para fazer um tapete de uso múltiplo para nossa gente. Temos recursos de sobra para diversificar a economia.
Temos recolhido generosamente verbas para pesquisa e desenvolvimento. Não falta nada, além de vontade política e integração dos setores para pintar e bordar um novo Amazonas. O ISI, Instituto Senai de Inovação, está saindo do papel. Nossa sobrevivência industrial e socioeconômica depende de inovação. Nossos instrumentos de pesquisa já podem desenvolver soluções biotecnológicas e de tecnologia da comunicação e informação.
O caminho está desenhando. E ele está de acordo com a lei que dá amparo à Zona Franca de Manaus. As resinas, os biopolímeros, as biomoléculas, nosso caminho está claro, temos recursos, só falta arrumar, juntos e comprometidos.
Armando Ennes: as coisas no lugar
“Arrumar a casa quer dizer limpar, é colocar as coisas no lugar e ainda deixar um cheiro bom no ar. Infelizmente nada disto tem-se sobressaído no Estado. E isto não ocorreu apenas nos últimos três anos. Nossa casa está assim, desarrumada faz tempo, e o cenário socioeconômico tem piorado. Desemprego, serviços públicos, saúde, educação, e a segurança, um problema que cresce e que preocupa a todos. Um cenário complicado e que nos inquieta cada dia mais.
O que era esporádico passou a ser trivial. Não podemos naturalizar a barbárie. O que era exceção virou rotina. Os colaboradores relatam assaltos, os ônibus das empresas que servem aos trabalhadores. Quando isso vai ser enfrentado e resolvido? Estamos virando um mega corredor de tráfico e violência? Será que nos damos conta dessa violência no cotidiano, da economia sinistra que se espalha pelos nossos rios? O que isso significa e em que tudo isso vai dar? Vamos começar por aí, vamos semear boas atitudes, escolher estratégias, entender e resolver o problema. Isso já começaria a espalhar um cheiro agradável de ordem e tranquilidade
Saleh Hamdeh: sem a mesmice do mesmo
“O que dizer de um jargão construído no bojo de um processo eleitoral tumultuado, numa eleição às pressas, no cotidiano de um estado todo fragmentado politicamente e com uma base econômica atingida pelo tiro de morte de uma gestão federal destroçada. Falácia, Oportunismo? Confesso que minha expectativa com relação a esse governo tampão que aí vem não passa da ‘mesmice do mesmo’.
O que esperar da gestão de um ano e quatro meses de um gestor que já esteve à frente do executivo estadual e municipal, por várias oportunidades, 3 vezes em cada esfera, senão a mesmice do mesmo? O que esperar de um governo que se elegeu sem um plano de governo, sem uma equipe nova e renovada, com resultados de votos omissos ou comprovadamente contrários que superam as marcas históricas de rejeição?
O Amazonas precisa de um projeto de estado, com aval, consulta e participação da sociedade, com foco na educação, na gestão responsável e transparente dos gastos públicos, investimentos em infraestrutura básica, investimentos em capital intelectual, em ciência e tecnologia, capaz de transpassar gestão ou mandatos. Não personalizado do tipo ‘eu faço e aconteço! Que possa ser adotado, expandido e aperfeiçoado por quem virá nos próximos governos, seja A, B ou C’”.
Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. [email protected] |
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