Entre os caminhos sólidos e as soluções duradouras no longo prazo para a economia regional e desenvolvimento com sustentabilidade dos recursos ao nosso alcance, não há alternativa segura fora do imperativo educacional e da qualificação dos recursos humanos. Por isso a celebração dos 15 anos da Universidade do Estado do Amazonas é motivo de festa. É motivo de orgulho para esta entidade, que representa o setor produtivo do Estado que responde pelos recursos mantenedores da instituição, com quem tem trabalhado arduamente para ampliar os benefícios para o conjunto da sociedade. Há três anos, temos buscado a integração do setor produtivo e a academia estadual, o maior legado e o mais gratificante acerto de gestores e investidores do modelo ZFM. Com este legado, as empresas podem devolver à sociedade a mais proveitosa contrapartida dos incentivos fiscais. E quem sai ganhando com isso é o conjunto de atores do tecido social, incluindo as empresas aqui instaladas, que podem contar com colaboradores qualificados, tanto na rotina produtiva como na gestão, planejamento e preparação do futuro. E aqui cabe saudar a gestão Cleinaldo Costa, sua equipe e corpo docente, com quem temos formado um time que inclui, além da UEA, FIEAM, FAPEAM, a Universidade de São Paulo, sólidas parcerias e promissoras iniciativas que incluem estudos de viabilidade de parques tecnológicos, inserção na parceria USP e UEA, não apenas para o doutorado interinstitucional de administração, DINTER/FEA/USP/UEA, como o mestrado profissionalizante entre as instituições da Amazônia Continental, a chamada PanAmazonia, para nivelar e partilhar estudos e projetos adequados à região.
Além da crise
Perdemos alguns dos 120 mil empregos diretos com esta crise, mas geramos outros tantos com as operações de crédito do Banco do Povo, que utiliza os recursos do Fundo das Micro e Pequenas Empresas, que a indústria repassa para o Estado. E estamos gerando mais e novas oportunidades com o trabalho de qualificação de recursos humanos da Universidade do Estado do Amazonas, UEA e do Centro de Educação Tecnológica do Estado do Amazonas, CETAM. Precisamos focar em novas alternativas, já passamos por momentos mais difíceis e o Brasil é maior do que todas as crises. Portanto, e por tudo isso, além de impostos e contribuições de quase R$ 20 bilhões por ano e da geração de milhares de empregos mencionados, o maior legado deste projeto, o mais acertado modelo de desenvolvimento regional do Brasil fundado em renúncia fiscal, é poder contribuir com a construção do futuro, uma empreitada digna e grandiosa que começa com a formação acadêmica de dezenas de milhares de jovens e adultos desta região e de outros quadrantes nacionais que aqui aportam. São os empreendimentos instalados na região que financiam integralmente esta missão sagrada da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), somando investimentos anuais de beiram os R$ 400 milhões e garantem a manutenção do ensino e pesquisas realizadas pela instituição, presentes em todos os municípios do Amazonas, com suas dimensões continentais e regiões isoladas pela natureza e infraestrutura precária de comunicação, energia e transporte. A defesa do modelo ZFM que, se preciso, nos leva à justiça para resguardar o direito constitucional dessas empresas de continuarem operando passa pela vaidade de poder dizer que as empresas estão aqui para gerar riqueza, empreender negócios e auferir resultados. É óbvio, pois vivemos na ordem econômica capitalista. Entretanto, deixar um legado de caráter eminentemente educacional, de preservação e dinamização da cultura, da potencialização de talentos, de afirmação de valores, e criação de novos caminhos de realização profissional, pessoal, social e familiar é algo que, decididamente, não tem preço, tal o valor e a gratificação inestimável que isso representa.
Embaraços, promessas e conquistas
Dados do IBGE tem colocado o Amazonas com o pior desempenho na produção industrial do Brasil e com a maior taxa de desemprego das capitais. Na crise quem mais emprega mais demite, e é inevitável. Com quase 20% de queda nos indicadores industriais, não há como negar que faltou fazer o dever de casa. Há quase três anos temos falado neste espaço sobre a necessidade imperiosa de criar novas matrizes econômicas por uma razão muito simples: é insano e temerária depender unicamente de uma única fonte de receita para resguardar a sobrevivência do tecido social. Por isso, principalmente, foi estratégico e providencial buscar a construção de uma academia com as características da Universidade do Estado do Amazonas, uma instituição que se diferencia não por oferecer qualquer curso em qualquer lugar e sim realmente levar conhecimento a partir das demandas de desenvolvimento a todos as calhas de rios do estado, aos municípios e comunidades de acordo com a demanda de qualificação técnica para promover atividades econômicas e geração de emprego e renda para a população. Os cursos são oferecidos de acordo com a vocação natural de cada cidade e também de acordo com sua demanda. Por exemplo, se foi identificado que faltam professores de História ou Geografia em determinado município, são implantados cursos de licenciatura destas matérias no local. Estão de parabéns os professores, alunos e colaboradores da Universidade do Amazonas, estão de parabéns seus mantenedores e a população que acolhe e estimula esta instituição pelo significado de suas promessas e realizações e a grandeza de seus propósitos.
Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. [email protected]
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