Professora da Unifap no campus Oiapoque explora em tese e e-book as práticas de cura popular entre mulheres da região, com ênfase especial na tradição de curandeiras presente em sua própria ancestralidade
Puxações, benzimentos, rezas e confecções de remédios foram algumas das experiências ancestrais retratadas na tese Evelanne Silva, professora do curso de História na Universidade Federal do Amapá (Unifap), campus binacional de Oiapoque. Ela foi reconhecida com o título de vencedora da melhor tese no Prêmio Emanoel Gomes de Moura de Teses e Dissertações, concedido pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema). A docente atua na região de fronteira com a Guiana Francesa, onde desenvolve uma abordagem acadêmica profundamente conectada às tradições locais.

Sua tese, intitulada ‘Vovó me disse que isso também cura!: práticas populares de cura entre mulheres em Oiapoque – Amapá. Contribuição para uma educação escolar insurgente’, explora as práticas de cura popular entre mulheres da região, com ênfase especial na tradição curandeira presente em sua própria ancestralidade.
A professora notou que os saberes indígenas são presentes na população e circulam diariamente de forma comum, mas, são pouco discutidos em sala de aula.

Assim, como desdobramento do trabalho, Evelanne também elaborou o produto educacional ‘Vovó me disse que isso também cura!’, um e-book que está disponível na internet de forma gratuita. O novo formato de trabalho surge como uma ferramenta educacional tecnológica, para que o saber tradicional possa ser trabalhado de forma lúdica.
A gente sente que cumpriu o dever de dar lugar aos sujeitos que antes não apareciam nos livros de história. Então, eu sinto um reconhecimento do trabalho e sinto que é uma colocação merecida para esses sujeitos que vivem aqui no Amapá”, ressaltou a docente ao Portal da Amazônia.