Estudo com dados de 29 milhões de pessoas afirma que poluição do ar por emissões de veículos, indústrias, queima de combustíveis fósseis e poeira de construção está associada ao aumento do risco de demência
Um estudo liderado pela Universidade de Cambridge aponta que a exposição prolongada à poluição do ar pode aumentar o risco de demência. A análise revisou 51 pesquisas, com dados de mais de 29 milhões de pessoas e identificou associação estatística entre a doença e três poluentes atmosféricos: partículas finas (PM₂.₅), dióxido de nitrogênio (NO₂) e fuligem.
Segundo os pesquisadores, esses poluentes podem afetar o cérebro diretamente, por meio de partículas ultrafinas que atravessam barreiras biológicas, ou indiretamente, ao provocar inflamação e estresse oxidativo no organismo. Eles são comuns em centros urbanos e resultam, principalmente, de emissões de veículos, indústrias, queima de combustíveis fósseis e poeira da construção civil.

A maioria dos participantes dos estudos vivia em países de renda alta e era branca. Os autores reforçam a necessidade de mais pesquisas com populações diversas, já que grupos marginalizados tendem a sofrer exposições mais intensas à poluição.
Embora o estudo não comprove causa e efeito, os dados reforçam a urgência de políticas públicas para melhorar a qualidade do ar e proteger a saúde cerebral. “Esforços para reduzir a exposição a poluentes provavelmente ajudarão a reduzir o impacto da demência na sociedade”, afirmou Clare Rogowski, coautora da pesquisa.
