Coopercintra transforma palmeira amazônica em fonte de renda e preservação ambiental, abastecendo grandes marcas com óleo de murumuru e consolidando o insumo na bioeconomia nacional.
No interior do Acre, a Cooperativa dos Produtores de Agricultura Familiar e Economia Solidária de Nova Cintra (Coopercintra), em Rodrigues Alves, transformou o murumuru em matéria-prima de alto valor para a indústria cosmética. Com o objetivo de gerar renda de forma sustentável a partir de produtos da floresta, a cooperativa inseriu a produção de óleo e manteiga de murumuru no cenário da bioeconomia nacional, produzindo cerca de 20 toneladas por ano e abastecendo ao menos três grandes empresas do país.

A cadeia produtiva envolve 53 comunidades nos estados do Acre e do Amazonas. Do manejo sustentável à prensagem a frio, todo o processo é realizado localmente, garantindo qualidade, preservação ambiental e geração de renda para famílias que dependem da conservação da floresta. O resíduo da produção também é reaproveitado e a colheita respeita o ciclo natural da palmeira.
Além de movimentar a economia regional, a Coopercintra investe em reflorestamento, cultivando murumuru e outras espécies, como açaí, cacau e graviola, para expandir cadeias produtivas. Um diferencial importante da organização é ter 30% de sua diretoria composta por mulheres, fortalecendo a representatividade no setor.

Para as famílias envolvidas nas práticas de reflorestamento e na produção do óleo e da manteiga de murumuru, o fruto é mais que um insumo: é um símbolo do impacto da biodiversidade e da preservação da natureza na geração de desenvolvimento sustentável. “É preciso preservar, porque, se derrubar a floresta e matar os pés de murumuru, não teremos trabalho. Então, é fundamental manter tudo preservado”, afirma Cleisson Oliveira, selecionador de amêndoas há mais de 10 anos.
