Por Comunicação Idesam
Com o objetivo de avaliar o impacto na dinâmica do desmatamento nas regiões onde são realizadas as ações do projeto Cidades Florestais, que foi iniciado em março de 2018, o IDESAM divulga o primeiro de uma série de três publicações que identificam e analisam o desmatamento nos municípios amazonenses de Apuí, Carauari, Itapiranga, São Sebastião do Uatumã, Silves, Lábrea, Boa Vista do Ramos e Novo Aripuanã. O estudo já está disponível na Biblioteca online do instituto.
A primeira publicação avalia o período anterior ao projeto e a primeira fase do mesmo. O período anterior do projeto traz informações sobre o incremento do desmatamento de 2008 até 2018 e estabelece o ano Prodes de 2018 (agosto de 2017 a julho de 2018) como a linha de base ou marco inicial do projeto. Já a primeira fase do projeto se caracteriza como o período de agosto de 2018 a julho de 2019. Para os períodos analisados as seguintes camadas de territórios foram consideradas: estado do Amazonas; municípios de atuação do projeto; território especial de atuação do projeto, como Unidades de Conservação, assentamentos da reforma agrária e lotes particulares.
Conforme um dos resultados do estudo, ao longo dos últimos onze anos (2008-2018), o comportamento sazonal do desmatamento no Amazonas tem se mostrado crescente. Sendo que, particularmente, os municípios de Apuí, Lábrea e Novo Aripuanã, no sul do estado, somam mais de 90% das áreas de incremento observado de desmatamento dos municípios abrangidos pelo projeto.
Além das análises por municípios, foi realizada análise em territórios de gestão diferenciada, como unidades de Conservação e Projeto de Assentamento, comparando locais com e sem atuação do projeto. Em Apuí, por exemplo, é possível verificar a maior diferença entre a tendência de desmatamento na região e nas áreas apoiadas pelo projeto, para o período de primeira fase do projeto. As áreas apoiadas pelo Cidades Florestais apresentaram taxa de desmatamento 90% menor que as taxas apresentadas pelo município e pelo PA Rio Juma ao se comparar o ano de 2019 ao ano de 2018, ou seja, primeira fase do projeto em comparação com a linha de base. Ainda que não haja correlação direta com todas as ações programadas, a primeira fase do projeto já demonstra o comprometimento das populações envolvidas nas atividades e resultados positivos de outras iniciativas desenvolvidas pelo Idesam.
Lábrea, município com alto incremento de desmatamento em sua região sul, também se destaca ao demonstrar inexpressivos incrementos de desmatamento na Resex Ituxi, Unidade de Conservação onde são realizadas atividades do projeto. Para as regiões de Boa Vista do Ramos, Carauari, São Sebastião, Itapiranga e Silves, o desempenho da dinâmica do desmatamento não pode ser atribuído de maneira direta ao projeto, pois as taxas de desmatamento nessas localidades são historicamente inexpressivas no contexto do Estado do Amazonas. Nestes casos, os indicadores futuros para mensurar a efetividade do Projeto Cidades Florestais devem se nortear pela produção extrativista desenvolvida no âmbito do projeto, mais do que pela comparação com cenário de desmatamento na região.
De acordo com André Vianna, gerente do Programa de Manejo e Tecnologias Florestais do Idesam e coordenador do Cidades Florestais, o estudo tem sua importância por demonstrar a dinâmica do desmatamento nos locais de atuação do projeto ao longo do seu período de execução. “Esperamos que os resultados do projeto Cidades Florestais possam gerar impactos positivos não só para a melhoria de renda, mas também para a conservação florestal. O presente estudo já aponta resultados importantes, principalmente para Apuí”, ressalta Vianna.
Ainda, serão publicados dois relatórios até 2021, que irão avaliar os anos seguintes, permitindo uma avaliação cada vez mais completa dos resultados gerados pelo projeto. A série de publicações poderá ser acessada em breve, na Biblioteca virtual do Idesam.
Fonte: IDESAM
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