Energia solar com baterias pode reduzir em 44% o custo da energia em comunidades isoladas na Amazônia

Atualmente, muitas famílias em regiões isoladas da Amazônia dependem de geradores a diesel, que funcionam apenas entre 6 e 8 horas por dia, e ainda assim custam caro – a energia solar pode mudar esse cenário

A substituição de geradores a diesel por sistemas solares com baterias pode reduzir em até 44% o custo da eletricidade para comunidades da Amazônia Legal, especialmente em áreas remotas. A conclusão é de um levantamento divulgado neste mês, intitulado “Descarbonização dos Sistemas Isolados na Amazônia”, encomendado pela Frente Nacional dos Consumidores de Energia, entidade que reúne organizações de diversos segmentos do consumo elétrico no Brasil.

O estudo mostra que, atualmente, muitas famílias em regiões isoladas da Amazônia dependem de geradores a diesel, que funcionam apenas entre 6 e 8 horas por dia, e ainda assim custam caro. Em alguns casos, os gastos com eletricidade chegam a R$ 900 por mês por família, valor elevado para comunidades que frequentemente enfrentam dificuldades econômicas e logísticas. Além disso, esses sistemas são altamente poluentes, contribuindo com emissões significativas de gases de efeito estufa.

Energia solar com baterias pode reduzir em 44% o custo da eletricidade em comunidades isoladas na Amazônia.
Energia solar com baterias pode reduzir em 44% o custo da eletricidade em comunidades isoladas na Amazônia | Imagem criada por Inteligência Artificial

Segundo a análise apresentada, embora a instalação de sistemas de energia solar com baterias exija um investimento inicial mais elevado, essa solução se mostra mais econômica a longo prazo, principalmente por eliminar os gastos recorrentes com combustível, típicos dos geradores a diesel.

Além disso, o uso combinado com baterias de armazenamento permite que os moradores dessas áreas tenham acesso à eletricidade 24 horas por dia, superando uma das principais limitações dos sistemas atuais, que operam por poucas horas e de forma intermitente. O estudo destaca que, para além dos ganhos financeiros e ambientais, a energia contínua é essencial para o bem-estar e o desenvolvimento socioeconômico local.

Energia solar com baterias pode reduzir em 44% o custo da eletricidade em comunidades isoladas na Amazônia.
Energia solar com baterias pode reduzir em 44% o custo da eletricidade em comunidades isoladas na Amazônia | Foto: Star Energy

Um projeto para implementação de baterias de sódio para o armazenamento de energia em comunidades remotas já está em andamento pela UCB Power, empresa fabricante de armazenamento de energia para aplicações estacionárias, portáteis e baterias para mobilidade elétrica. Desenvolvido em parceria com a Fundação Amazônia Sustentável, a ação foi iniciada na Comunidade de Tumbira, no município de Iranduba (AM).

A iniciativa foi implementada em setembro e engloba a instalação de 16 baterias de sódio, de 48 volts e 50 amperes, capazes de armazenar o equivalente da 38,4 kw/h. A energia armazenada ajudará a garantir energia para atender uma escola municipal, um posto de saúde e áreas comunitárias de lazer que atendem as cerca de 30 famílias e cerca de 140 ribeirinhos que vivem no local.

Isadora Noronha Pereira
Isadora Noronha Pereira
Jornalista e estudante de Publicidade com experiência em revista impressa e portais digitais. Atualmente, escreve notícias sobre temas diversos ligados ao meio ambiente, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável no Brasil Amazônia Agora.

Artigos Relacionados

A tragédia da economia das sombras

"Economia das sombras é, antes de tudo, um espelho...

Energia solar já é a fonte mais barata do mundo, aponta novo estudo global

Energia solar se torna a opção mais barata do mundo, segundo estudo. Avanço tecnológico e queda no custo das baterias impulsionam a transição.

Cientistas revelam nova espécie de rã venenosa na Amazônia

Cientistas identificam nova espécie de rã venenosa na Amazônia peruana, ressaltando a importância da conservação de ecossistemas isolados.

COP30 na Amazônia: de Ostra a Pavão, é hora da Zona Franca se exibir

A COP 30 será a maior vitrine climática da história da Amazônia. A Zona Franca de Manaus — frequentemente caricaturada e subestimada — precisa deixar a concha da defensiva e mostrar ao mundo que já é o maior programa de sustentabilidade tropical em curso no planeta