Em viagem relâmpago ao Amazonas, o ministro do Ministério do Meio Ambiente, convidado pela Coalizão Brasil Clima, veio ao município de Itacoatiara, 260km de Manaus, para conhecer de perto o mais antigo e ousado programa de MFS, o Manejo Florestal Sustentável, da empresa suíça Precious Wood. Nos jornais, nesse mesmo dia, quarta-feira, dia 8, notícia de que parlamentares se movimentam para reduzir unidades de conservação do Amazonas, deixa no ar o clima que tem imperador na gestão e na política regional. A iniciativa partiu de um senador, encaminhando um posicionamento que se põe contra a um projeto e ponto de vista de outro senador. Ambos do Amazonas. As medidas de um e de outro, assim como quase todas as decisões e proposições do segmento político, tem sido assim. Energias e projetos em colisão movidos por outros propósitos que não o do interesse do Estado, não são esclarecidos nem esgotados. Os interessados, virou rotina, ficam à margem da disputa, não conseguem ter vez e voz na definição coletiva de seus objetivos. Tudo isso apenas confirma a desarticulação histórica entre os atores locais e destes com os arautos da política federal neste fim de mundo sem eira nem beira que atitudes assim transformam o Amazonas. O CIEAM, buscando o dever de casa, amplia seus arcos de parceria, incluindo a Coalizão Brasil Clima Floresta e Agricultura. A Coalizão é um movimento multissetorial, que visa promover a economia de baixo carbono, com foco na área de florestas e agropecuária. Uma de suas propostas é aumentar a área de manejo florestal sustentável e rastreada no país em dez vezes, chegando a 25 milhões de hectares, até 2030.
‘Que pais é este?’
Somos, decididamente um país sem Norte. Sem direção, desperdiçando energias que aproveitariam com inteligência estratégica os ativos que podem tirar o país do buraco. Cem produtos com demandas globais de nanobiotecnologia poderiam gerar em 10 anos duas vezes mais riquezas do que o agronegócio, dizem os cientistas que defendem crescimento numa economia de baixo carbono. Um leitor indignado perguntaria: “…que pais ė este que desperdica tantas energias e oportunidades em querelas paroquiais. Os parlamentares do Amazonas alegam como como razao de sua proposta, melhor aproveitamento agricola das áreas tombadas no governo Dilma sem se importar que o Ministro veio a floresta exatamente para”… demonstrar que, com a aplicação de políticas adequadas, essa atividade econômica lucrativa – o Manejo Florestal Sustentavel – pode ser replicada em grande escala, beneficiando comunidades em diferentes localidades e o planeta como um todo”,. O porta-voz da Precious Wood, Jeanicolau Lacerda, foi ao ponto. “Além de manter a floresta e a biodiversidade, o manejo sustentável promove um relacionamento sólido com colaboradores, funcionários e moradores do entorno, por meio da geração de renda e empregos de qualidade. Ou seja, traz benefícios sociais, econômicos e ambientais”.
O que disse o ministro do Meio Ambiente?
Sarney Filho deu respaldo as propostas de Manejo Florestal Sustentável, falando do coração da floresta amazônica. Isso coincide com todos os estudos do Inpa segundo os quais é possível e necessário proteger e adensar a floresta através do MFS. Disse ele, na sede da PW, “…prestigiamos esse setor, e pretendemos fazer dele uma política de governo. O MMA está empenhada em promover a transparência na cadeia de produtos madeireiros oriundos da floresta e dar transparência no DOF (Documento de Origem Florestal). A ideia é dar transparência absoluta à movimentação de madeiras, incorporando também os produtos de origem florestal. Tenho certeza de que, em breve, teremos um sistema que vai dar conforto àqueles que atuam dentro da legalidade. O ministério está elaborando uma nova modelagem, integrada ao Sistema de Cadastro Ambiental Rural (Sicar), que dará transparência. Vai ser revolucionário”.
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