O jornalista e empresário Phelippe Daou faleceu em São Paulo neste 14 de dezembro e faria aniversário de 88 anos justamente em 15 de dezembro. Ele nasceu em Manaus, no ano de 1928, filho do comerciante José Nagib Daou e da Sra. Nazira Chamma Daou. A Amazônia perde um de seus filhos mais apaixonados. Fez seus primeiros estudos na Escola Progresso de Manaus, dirigida pela professora Julita Berjona. Em seguida, ingressou no Colégio Estadual do Amazonas, onde concluiu o curso secundário e o científico. Ingressou na Faculdade de Direito do Amazonas, onde se bacharelou. Muito cedo, ainda, iniciou-se no jornalismo, como repórter do Jornal do Comércio, mas a ascensão na carreira começaria um ano depois, com sua transferência para a empresa Archer Pinto, proprietária, na época, de O Jornal e do Diário da Tarde, onde exerceu diversas funções redacionais. Atuou ainda como redator da Rádio Rio Mar. Defensor da Amazônia, naquela empresa Phelippe Daou liderou campanhas memoráveis, destacando-se, entre outras, “A Constituição da Siderama” e a “Companhia de Eletricidade de Manaus” (hoje Amazonas Energia); a implantação da “Universidade do Amazonas”; o “Aeroporto Eduardo Gomes” e as “Rodovias AM-10” (Manaus-Itacoatiara) e “BR-319” (Manaus-Porto Velho).
Nas origens da ZFM
Teve participação importante no levantamento de subsídios para a redação final do texto proposto ao Dr. Arthur Amorim e ao ministro Roberto Campos, visando à implantação da Zona Franca de Manaus, tarefa que executou com êxito, como membro da comissão especial da Associação Comercial do Amazonas (ACA). Como advogado, militou no Fórum de Manaus e foi membro do Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Amazonas. Ingressou por concurso nos quadros do IAPB (hoje integrado ao INSS), como procurador, atuando nas Delegacias de Manaus e São Paulo, tendo sido delegado nesta última. Marcou sua passagem com importantes contribuições, como o primeiro representante das classes empresariais do Amazonas no Conselho de Administração da Suframa.
As iniciativas pioneiras da TV
Em 1968, junto com Milton Cordeiro e Joaquim Margarido, fundou a Amazonas Publicidade, o embrião empreendedor que deu origem à Amazonas Distribuidora Ltda e a Rádio TV do Amazonas S.A., que abrange, entre outras emissoras, a Rede Amazônica de Televisão. Empresário bem-sucedido no ramo das Comunicações, Phelippe Daou destacou-se, sempre, como um ferrenho defensor da Zona Franca de Manaus. Presidiu o Conselho Deliberativo da Associação Comercial do Amazonas, instituição sesquicentenária que, por consenso e historicamente, sempre representou a classe empresarial e a defesa da economia regional. Dedicado ao jornalismo, foi correspondente em Manaus da Folha da Manhã (hoje Folha de São Paulo) e das revistas Visão e Manchete.
Reconhecimento público
São dezenas as condecorações que recebeu de entidades e instituições públicas e privadas, que revelam e reafirmam seu compromisso permanente e inarredável com os interesses da Amazônia e de sua gente. A defesa e preservação da Amazônia são a maior bandeira e razão da vida do cidadão Phelippe Daou, que procurou ocupar os espaços vazios da região, levando através da Rede Amazônica os anseios de todo o tecido social, defendendo em todos os aspectos o que temos e o que somos no contexto nacional. Sua marca principal ficou sedimentada através do trabalho. Provou, aos menos entusiastas, que a Amazônia é capaz de conquistar suas aspirações, incorporando a preservação do meio ambiente como garantia de um futuro promissor. Phelippe Daou é um aglutinador – conseguiu reunir pessoas em prol de uma boa causa, ao mesmo tempo em que procurou formar opiniões em torno da defesa intransigente de nossos direitos e interesses, tendo como pano de fundo, meta e razão de vida a AMAZÔNIA!
Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. [email protected]
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