Entrevista com Victor Almeida – Organizador da ExpoAmazônia Bio&TIC 2024, entre mil e uma providências, recebeu o Brasil Amazônia Agora para compartilhar suas expectativas positivas para o evento, que já se consolida como “o maior de tecnologia e inovação da região Norte.” A renovação da Lei de Informática da ZFM até 2073 e a integração entre TIC e Bioeconomia prometem atrair mais investimentos para a Amazônia. Victor elogiou a participação de grandes players nacionais e internacionais e reforçou o compromisso do evento em promover soluções sustentáveis que unem tecnologia e desenvolvimento bioeconômico. “A ExpoAmazônia será uma vitrine global das inovações amazônicas.”
BAA Entrevista
Entrevista com Victor Almeida, por Alfredo Lopes
Portal Brasil Amazônia Agora – Quais são suas expectativas para o evento?
Victor Almeida: A ExpoAmazônia já está consolidada como um dos principais eventos regionais de tecnologia e inovação. No ano passado, tivemos mais de 10 mil visitantes, e para este ano, esperamos superar esse número, com uma área expandida de exposição, startups, economia criativa e palestras gratuitas. O evento busca trazer ao público soluções desenvolvidas no coração da Amazônia, que estão sendo exportadas globalmente, demonstrando o poder de inovação local.
BAA – Como você vê o impacto da renovação da Lei de Informática da ZFM até 2073?
Victor: A renovação da Lei de Informática alinhada à Zona Franca de Manaus garante segurança jurídica e estabilidade para empresas de TIC, atraindo novos investimentos e fortalece a inovação tecnológica e científica na Amazônia. O Polo Industrial de Manaus, por exemplo, será impulsionado com mais investimentos em áreas prioritárias como a bioeconomia, permitindo o desenvolvimento de produtos que integram tecnologia de ponta, promovendo emprego e renda.
BAA – Como a Expo pretende contribuir para a visibilidade de TIC e Bioeconomia
Victor: A ExpoAmazônia desempenha um papel crucial ao dar visibilidade para as inovações regionais, que muitas vezes não são conhecidas pela população local. Tecnologias como inteligência artificial e soluções para monitoramento ambiental, são desenvolvidas aqui e a Expo serve como uma vitrine para mostrar ao Brasil e ao mundo que a Amazônia é um polo de inovação e tecnologia. Isso desmistifica a ideia de que a região depende apenas da bioeconomia, quando na verdade tem múltiplos vetores de desenvolvimento.
BAA – Como estimam o impacto social e ambiental das inovações apresentadas?
Victor: Esperamos soluções que vão além de produtos tecnológicos. Muitas delas são desenvolvidas por talentos locais para resolver problemas específicos da Amazônia, como o uso de biotecnologia para desenvolver medicamentos a partir da biodiversidade ou tecnologias para monitorar e proteger a floresta. O impacto social dessas inovações será significativo, gerando emprego, inclusão e um modelo de desenvolvimento sustentável.
BAA – Quais são os principais desafios e soluções que você enxerga para a infraestrutura digital na Amazônia?
Victor: A infraestrutura digital é um desafio crítico, especialmente nas regiões mais remotas. A ExpoAmazônia ajuda a trazer visibilidade para esse tema, fomentando discussões com especialistas e iniciativas como o Programa Norte Conectado, que já levou fibra óptica a algumas áreas. Empresas como a Ozônio, que estará presente no evento, estão desenvolvendo soluções para expandir essa rede, e a Expo será uma plataforma para destacar esses avanços e acelerar a conectividade na região.
BAA – E sobre as presenças especiais no evento?
Victor: Este ano teremos a presença de líderes globais e regionais, como representantes de Israel, Argentina, Portugal, e Estados Unidos, além de empresas como Banco do Brasil, Bradesco, Bemol e Google Developers Group. Esse intercâmbio internacional destaca a relevância da Expo e o interesse crescente em soluções amazônicas. Haverá também surpresas e eventos especiais, como o Rocket Amazônia, o primeiro reality show regional voltado para startups, cujo encerramento coincide com o final da Expo.
BAA – Quais os objetivos principais da Expo Amazônia 2024.
Victor: O foco principal é dar visibilidade aos polos de bioeconomia e TIC como os vetores do desenvolvimento sustentável da Amazônia Ocidental e Amapá. Ao demonstrar que esses setores são cruciais para a economia, a Expo promove um modelo de desenvolvimento que combina preservação ambiental com inovação tecnológica.
Inscrição para o evento:
BAA – Quais as iniciativas de capacitação e disseminação de conhecimento?
Victor: O evento é rico em iniciativas educacionais, com programação especial do Google Developers Group, Beta Capital, palestras sobre inteligência artificial, tecnologias emergentes e desenvolvimento de games. Um destaque será o RocketAmazônia, que promove startups locais, além de painéis sobre ESG e mudanças climáticas. Essas atividades promovem a disseminação do conhecimento e empoderam os participantes com ferramentas para enfrentar os desafios da região.
BAA – Como espea que seja a evolução da ExpoAmazônia nos próximos anos?
Victor: A Expo já é o maior evento de tecnologia e inovação do Norte e deve ganhar mais repercussão nacional e internacional nos próximos anos. Vemos a Expo se consolidando como uma vitrine global das soluções desenvolvidas na Amazônia, conectando a região ao ecossistema de inovação global.
BAA – Por fim, deixe um convite para as pessoas participarem da ExpoAmazônia 2024
Victor: Se você ainda está em dúvida, minha recomendação é que não perca essa oportunidade! O evento é gratuito e oferece acesso a soluções inovadoras, startups desafiadoras e palestras de altíssimo nível. Tudo isso de forma acessível, permitindo que você participe de uma das maiores iniciativas voltadas para o futuro sustentável da Amazônia.
Alfredo é filósofo, foi professor na Pontifícia Universidade Católica em São Paulo 1979 – 1996, é consultor do Centro da Indústria do Estado do Amazonas, ensaísta e co-fundador do portal Brasil Amazônia Agora
Victor Almeida é Diretor Executivo da Associação Polo Digital de Manaus. Natural de Manaus/AM, é advogado, mestre em Crime Transnacional, Justiça e Segurança pela Universidade de Glasgow e doutorando em Criminologia pela Universidade de Essex, onde pesquisa desmatamentos ilícitos na Amazônia causados pela indústria madeireira. Com 15 anos de experiência jurídica, nos últimos 5 anos tem se dedicado ao ecossistema de tecnologia e inovação na Amazônia, focando na análise regulatória de projetos de P&D. Victor é membro da ForbesBLK, Chevening Alumnus, CHASE DTP Scholar e participante do ProLíder 2024-2025.
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