Infelizmente, hoje, nossa sociedade está acovardada, amedrontada. E é por isso que estamos onde estamos. “É hora de despertar. De enfrentar a injustiça. De nos unirmos pelo Amazonas que merece respeito, dignidade e futuro.”
Por Belmiro Vianez Filho
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A situação deplorável do Amazonas, especialmente para a população que depende da logística de transporte fluvial, tornou-se insustentável. Dois anos seguidos de vazantes extremas já seriam motivos suficientes para uma resposta emergencial das autoridades, mas a realidade é ainda mais sombria. A BR-319, uma demanda urgente e histórica da sociedade e do setor produtivo, permanece abandonada há quase quatro décadas. A omissão não é só uma questão política, mas uma ofensa à dignidade e à sobrevivência de milhares de brasileiros.
A verdade é que, não fosse a coragem intempestiva do senador Omar Aziz, muitos daqueles que perpetuam esse ciclo de descaso, vivendo aqui no cotidiano do Amazonas, continuariam a arranjar desculpas esfarrapadas para justificar a inação. Essa omissão já ajudou a matar conterrâneos durante a crise sanitária da COVID-19, quando precisávamos desesperadamente de oxigênio e suporte logístico adequado.
As tentativas de intimidação e os episódios de emparedamento eleitoral em Parintins são mais uma prova de que há uma máquina de interesses pronta para calar e enfraquecer quem tenta fazer a diferença. Esses eventos não podem ser empurrados para debaixo do tapete. Eles representam a face mais cruel de uma política que coloca em segundo plano a vida e a dignidade de milhões de brasileiros.
Mas o que o Brasil espera dos cidadãos do Norte? O que o país aguarda de Amazonas e Roraima? Enquanto somos brasileiros de segunda classe, enfrentando o desabastecimento nos supermercados, a elevação estratosférica dos preços e a precariedade na saúde e educação, muitos daqueles que boicotaram a BR-319 se banqueteiam em Brasília, ignorando o caos que enfrentamos.
A luta pela recuperação da BR-319 e a construção do porto público não é uma questão apenas de infraestrutura. É uma luta pela dignidade. A sociedade daqui vive um drama de proporções gigantescas: o aumento dos custos logísticos, o desabastecimento, e a carestia atingem a todos, mas são as classes mais necessitadas que sofrem de forma mais cruel. Auxílios governamentais, nessas condições, têm seu valor real cortado pela metade. Comida é escassa, a energia é cortada, e os gastos com saúde são adiados até que a manutenção mínima do lar não dure nem duas semanas.
Olhar para essa realidade sem indignação é um ato desumano. Nós, que vivemos esse caos, devemos estar atentos aos nossos representantes. Mais do que isso, devemos EXIGIR ação, cobrar soluções imediatas e, acima de tudo, preparar-nos para escolher quem de fato nos ESCOLHE nas próximas eleições.
Neste cenário de desespero, é necessário reconhecer a luta dos senadores Omar Aziz e Plinio Valério. Seus compromissos com a solução da BR-319 e a construção do porto público são um ato de coragem em meio a uma política que prefere o silêncio à ação. Nosso apoio é total, e nossa confiança é de que juntos, como sociedade, faremos a diferença. Acreditamos que o senador Eduardo Braga exigirá prontidão e comprometimento maior do DNIT com o Amazonas.
Sem partidarismo e sem bandeiras ideológicas, é hora de entender que estamos vivendo o caos. O quadro que enfrentamos este ano não é surpresa. Já o vimos no ano passado, e tudo se repete agora com ainda mais intensidade.
É preciso ação. Não podemos mais esperar soluções acadêmicas e teses incontestáveis que nunca sensibilizam o poder central. Aqui, na realidade dura do Amazonas, o enfrentamento deve ser no grito, na marra, na garra. Assim nos ensinou Gilberto Mestrinho, nosso maior líder político, que venceu quase todas as guerras que enfrentou.
Infelizmente, hoje, nossa sociedade está acovardada, amedrontada. E é por isso que estamos onde estamos.
É hora de despertar. De enfrentar a injustiça. De nos unirmos pelo Amazonas que merece respeito, dignidade e futuro.
Belmiro Vianez Filho é empresário do comércio, ex-presidente da ACA e colunista do portal BrasilAmazôniaAgora e Jornal do Commércio
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