Tecnologia reproduz o processo de fotossíntese e abre caminho para a criação de um novo combustível ecológico, o metanol verde, ajudando a reduzir gases de efeito estufa e benefícios à energia limpa
Cientistas da Universidade McGill, no Canadá, desenvolveram uma tecnologia inovadora para reciclar dióxido de carbono (CO2) e metano, dois dos gases de efeito estufa (GEE) mais ecológicos à atmosfera. O processo, que imita a fotossíntese natural das plantas, utiliza a luz solar para converter esses gases em metanol ecológico, uma fonte de energia verde.
Inspirados pela fotossíntese, processo natural pelo qual as plantas transformam CO2 em oxigênio e energia, os pesquisadores descobriram uma maneira de combinar o CO2 e o metano (CH4) para gerar metanol (CH3OH). A técnica utiliza pequenos feitos de ouro, paládio e gás, e requer apenas luz solar para iniciar a ocorrência química, sem a necessidade de calor externo ou eletricidade adicional. Esse fator torna o processo altamente eficiente e sustentável.
Para isso, ao ser exposto à luz solar, a combinação química quebra uma molécula de CO2, permitindo que um dos seus átomos de oxigênio se ligue à molécula de metano, resultando em metanol verde. Como subproduto, o processo gera monóxido de carbono (CO), que pode ser utilizado em outras respostas industriais.
Impacto nos gases de efeito estufa
O dióxido de carbono e o metano são dois dos maiores contribuintes para o aquecimento global. O metano, por exemplo, tem um potencial de aquecimento global 25 vezes maior que o carbono em um período de 100 anos. Portanto, encontrar formas de capturar e reciclar esses gases é crucial para a redução das emissões e o combate às mudanças climáticas.
Ao converter essas substâncias em metanol, os cientistas criam uma alternativa sustentável para o uso de combustíveis fósseis, ajudando a reduzir a poluição atmosférica. O metanol verde, produzido a partir dessa técnica, tem uma ampla gama de aplicações e pode ser utilizado em diversos setores, como transporte e geração de energia, sem emitir novas poluentes na atmosfera.
Energia verde
Essa descoberta vem em um momento crucial, quando as emissões globais de carbono estão em níveis alarmantes e o mundo busca soluções para atingir as metas de emissões líquidas zero. O metanol verde se apresenta como uma alternativa promissora aos combustíveis fósseis, com o potencial de reduzir drasticamente a dependência de petróleo e gás natural.
Além disso, a produção de metanol verde é mais barata e menos agressiva ao meio ambiente do que os métodos tradicionais de produção de energia. O uso de fontes de luz solar, abundantes e renováveis, reduz significativamente os custos de energia e torna o processo mais acessível a longo prazo.
Os cientistas acreditam que, com o aumento da escalada de produção, será possível aproveitar grandes quantidades de carbono e metano presentes na atmosfera, ajudando a combater a poluição e a mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
Desafios e oportunidades
Embora os resultados iniciais sejam promissores, o caminho para a produção em larga escala enfrenta ainda alguns desafios. Um dos principais obstáculos é a eficiência do processo em condições variáveis de luz solar. Para que a técnica seja renovada globalmente, os pesquisadores precisam garantir que a produção de metanol verde seja viável em regiões com menor incidência solar.
Outro desafio é o custo inicial das descobertas usadas no processo, especialmente o ouro e o paládio, que são metais raros e caros. No entanto, os cientistas estão explorando alternativas mais acessíveis e abundantes para tornar essa tecnologia sustentável mais escalável.
Por outro lado, as oportunidades para o uso do metanol verde são vastas. Ele já é utilizado como combustível em diversos setores, incluindo transporte marítimo e terrestre, e pode ser um substituto sustentável para a gasolina e o diesel. Além disso, o metanol verde também pode ser usado na produção de plásticos e outros materiais industriais, diminuindo ainda mais a demanda por combustíveis fósseis.
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