O futuro de Manaus depende da capacidade de todos os seus cidadãos e suas lideranças políticas de trabalharmos juntos por soluções que reflitam o bem-estar de nossa gente, transformando o ambiente político num espaço de construção coletiva e diálogo produtivo, sob a égide da bandeira branca da Paz de que nós e o mundo precisamos!
Por Yara Amazônia Lins
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Um cinturão de pobreza e insegurança alimentar aperta nossos princípios e desafia a todos nós que vivemos em Manaus. Uma das capitais mais ricas do país cercada por um aperto da pobreza onde persistem deploráveis Indicadores de Desenvolvimento Humano – IDHs. Diante dos desacertos urbanos e sociais que Manaus enfrenta, resta urgente encontrar saídas e construir um mutirão da cidadania, com boas propostas para superar a polarização política e desenhar soluções criativas para os problemas da cidade?
Todos sabem que eu sou evangélica e me movimento baseada na Palavra, onde está escrito: “Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá.” Seríamos capazes de abaixar as armas da discórdia em nome do bem comum? Ou temos outra saída que não seja fortalecer o que nos une e deixar em segundo plano o que nos separa? Claro que não há!
Impõe-se, pois, a necessidade de diálogo aberto com a força da união de que somos capazes em em nome do bem maior da comunidade.
Crentes e não crentes precisamos trabalhar na superação do antigo ensinamento bíblico “olho por olho, dente por dente”, o mandamento da vingança. E adotar sua reinterpretação proposta por Jesus: o desafio do “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. A cidade precisa de propostas sadias e debates colaborativos mais do que competição desprovida de empatia, respeito e fraternidade
Alguém dirá que isso não é a regra da Política. Há controvérsias, pois o conceito de Política é um conjunto de condutas e estratégias para tornar melhor a vida em comunhão. O nome disso é Espírito Público, compromisso inarredável de quem vive na Polis. Só assim poderemos escolher as melhores soluções num debate aberto e integrado voltado para o bem comum. Assim, nosso desafio é conhecer, debater e construir uma plataforma de cooperação, e não de vingança ou retaliação. Este caminho é possível e é decisivo, talvez o único, para ultrapassar eventuais confrontos e avançar em direção a um futuro próspero, solidário e respeitoso para Manaus.
Somos a vibrante capital do Amazonas, que sofre com problemas de gestão urbana, pobreza crescente, violência e degradação ambiental dos igarapés e da orla do Rio Negro. A resposta não está em expedientes agressivos, vingativos e inconsequentes, mas na formulação de propostas que atendam as necessidades reais da população.
A polarização nos afasta uns dos outros, nos atrofia e nos empobrece o espírito. Todos temos sempre algo a compartilhar assim como todos, sem exceção, temos sempre o que aprender. A escolha do gestor público deveria passar por essa avaliação, pela capacidade de unir, superar, construir, retomar… A vingança leva à vingança, assim como a violência leva à destruição. O respeito, a empatia, o acolhimento constroem a beleza fecunda da harmonia.
O papel dos vereadores, como fiscais do executivo, é fundamental nesse processo de pacificação e harmonização social. Na diversidade de opiniões de propósitos é preciso priorizar o que temos em comum. É imperativo que esses representantes estejam comprometidos não só com a legislação, mas também com a fiscalização efetiva das ações do governo, garantindo que os recursos públicos sejam utilizados em prol do bem comum. No caso dos vereadores sua escolha é crucial pois sua importância representa avaliação criteriosa dos custos e benefícios das verbas públicas, questionando se os investimentos estão realmente revertendo em melhorias para a cidade.
À medida que as eleições municipais de 2024 se aproximam, Manaus convoca a emergência de suas “forças construtivas” que ocupam papéis relevantes na sociedade a participarem ativamente no processo eleitoral. É essencial que os eleitores de Manaus avaliem não apenas as promessas, mas as ações passadas dos candidatos, escolhendo aqueles que têm um histórico comprovado de comprometimento com o desenvolvimento sustentável e inclusivo de nossa cidade.
Temos no Tribunal de Contas um espaço público para esta conversa em favor de nossa Manaus, onde as instituições, as entidades de classe, as associações dos diversos segmentos possam construir um conjunto de compromissos em favor de uma Manaus. Uma cidade que precisa ser revitalizada na Saúde, na Educação, na Mobilidade Urbana, na Segurança Publica, em equipamentos públicos de lazer e comunhão compartilhada e integrada com os entes federativos. Podemos ainda acolher propostas da sociedade para atendimento direto e efetivo das prioridades sociais formularas por entidades e organizações sociais.
Isso é possível e esta Corte de Contas não ficará à parte do desafio. E temos certeza de que vamos contar com muitas instituições e entidades que sonham com uma gestão transparente e participativa, orientada para a colaboração e o progresso conjunto. O futuro de Manaus depende da capacidade de todos os seus cidadãos e suas lideranças políticas de trabalharmos juntos por soluções que reflitam o bem-estar de nossa gente, transformando o ambiente político num espaço de construção coletiva e diálogo produtivo, sob a égide da bandeira branca da Paz de que nós e o mundo precisamos!
Yara Amazônia Lins é presidente do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas.
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