Em março, o Brasil enfrentou um aumento crítico nas queimadas, com recordes no Cerrado e na Amazônia, apesar dos esforços governamentais intensificados para combater o fenômeno exacerbado pelo El Niño e mudanças climáticas.
Durante o mês de março, tradicionalmente um período de chuvas em várias partes do Brasil, os biomas do país continuaram a enfrentar severos incêndios. Com a exceção do Pampa, que viu uma diminuição nos registros, todos os demais biomas brasileiros tiveram um número de queimadas superior à média histórica para o mês, com o Cerrado e a Amazônia sendo os mais afetados.
Especificamente na savana do Brasil, o INPE identificou 1.806 focos de incêndio, estabelecendo um novo recorde para março desde o início dos registros em 1999. Este número não apenas triplica a média mensal esperada de 594 focos, mas também representa um aumento de 113% em relação a março do ano anterior, que teve 845 focos.
Para a região amazônica, o cenário também foi crítico, com 2.654 focos de calor detectados pelo INPE, o segundo maior registro na história do monitoramento, ficando atrás apenas de 2019, que teve mais de 3.000 focos. Influenciado principalmente por incêndios no Amapá e Roraima, o total de março foi 156% acima da média esperada para o mês e 160% maior que o mesmo período do ano anterior.
Outros biomas também afetados
Na Caatinga, foram observados 175 focos de calor, um aumento de 28% em relação à média histórica para março. O Pantanal registrou 176 focos, um número 151% maior do que o esperado para o mês. Já a Mata Atlântica, mesmo em seu período de chuvas, teve 612 focos de calor, 24% acima da média.
Em contrapartida, o Pampa apresentou uma notável redução nos focos incêndios, com apenas 25 focos registrados, o que representa uma diminuição de 56% em relação à média histórica para março.
Esforços do governo
O governo brasileiro tem intensificado esforços para mitigar os danos provocados pelos incêndios, exacerbados pelo El Niño e pelas mudanças climáticas, com atenção especial ao Cerrado e à Amazônia. No primeiro, foi ampliado o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas (PPCerrado), com a criação de uma força-tarefa envolvendo os governadores dos estados do bioma, lançada no final de março.
Para a região amazônica, a atuação da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) foi prorrogada até o final de 2024, focando na fiscalização e repressão ao desmatamento e outros crimes ambientais, incluindo o combate direto a incêndios florestais e queimadas. Esta extensão foi oficializada no início de abril, reforçando o compromisso do Executivo no combate às adversidades ambientais.
Com informações d’O Eco
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