No Dia Internacional das Florestas, o mundo observa um misto de progresso e desafio
Em fevereiro de 2024, o desmatamento na Amazônia brasileira atingiu seu menor nível em seis anos, marcando o 11º mês consecutivo de queda. Simultaneamente, a Mata Atlântica apresentou uma redução de 42% no desmatamento entre setembro e outubro de 2023.
Contudo, uma publicação na revista Nature alerta que a Amazônia pode alcançar um ponto de não retorno até 2050, um estado onde a floresta não poderá se regenerar. As florestas, vitais para a produção de oxigênio e manutenção da biodiversidade, enfrentam riscos significativos. Elas são essenciais para o equilíbrio climático global e apoiam a vida de mais de 1,6 bilhão de pessoas.
Diversas iniciativas globais, como o Fundo Amazônia, a Ação Climática da Colômbia e o projeto Arco da Restauração do BNDES, visam proteger esses ecossistemas cruciais. Além disso, há esforços internacionais, como o compromisso 30×30 da ONU, focados em conservação.
A definição de floresta pela FAO, que exclui biomas como Cerrado e Pantanal, gera debates sobre inclusão e proteção adequada. Luís Fernando Guedes Pinto, da SOS Mata Atlântica, destaca a importância de reconhecer as diversas formações florestais dentro de cada bioma.
O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (FFTS), proposto pelo Brasil, emerge como uma iniciativa promissora, enfatizando a simplicidade e eficácia na conservação florestal. Este fundo propõe um modelo de preservação e restauração acessível a cerca de 80 países, focando em resultados práticos de redução do desmatamento.
Inovação financeira e desafios na proteção florestal
Durante o Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, João Paulo de Resende, assessor especial do Ministério da Fazenda, destacou uma nova abordagem de financiamento para a preservação florestal. Ele esclareceu que os recursos viriam de um fundo de investimento, não de doações governamentais, oferecendo retorno aos investidores.
A proposta, visando operacionalização até a COP 30 em Belém, sugere remuneração por hectare de floresta preservada e penalidades para áreas desmatadas. Apesar do potencial, Luís Fernando Guedes Pinto questiona a viabilidade a curto prazo, dada a competição por financiamento climático.
A Declaração dos Líderes de Glasgow, firmada na COP 26, prometeu significativa alocação financeira para a proteção florestal, incluindo fundos para a floresta do Congo. No entanto, a concretização dos compromissos financeiros permanece incerta, com os fundos prometidos ainda pendentes de materialização.
O Artigo 6 do Acordo de Paris, abordando o mercado de carbono, também entra em debate, com potencial impacto na conservação florestal. A falta de consenso na COP 28 adiou as definições para a COP 29, conforme explicado por Caroline Prolo, da LACLIMA.
Paralelamente, uma parceria entre Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo visa a proteção de florestas tropicais, representando uma parcela significativa das florestas globais. O status dessa colaboração, no entanto, permanece incerto.
O financiamento para a proteção florestal ainda está aquém do necessário, com a estimativa de que apenas uma fração do investimento requerido está sendo aplicada. Pinto enfatiza a necessidade de simplificar e interligar as iniciativas para efetivar a proteção florestal global.
*Com informações UM SÓ PLANETA
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