O crescimento econômico como um todo favorece o desempenho da indústria do Amazonas, pois o aumento do poder aquisitivo da população do Brasil, proporcionado pela criação de mais empregos, resulta no aumento da demanda por produtos industrializados na ZFM, bem como abre caminho para o progresso da bioeconomia sustentável amazônica, potencial que necessita ser mais desenvolvido com incentivos, tanto da esfera estadual como da federal
Por Gilmar Freitas
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Em meu último artigo de 2023, afirmei que as previsões pessimistas são combustíveis que alimentam o desestímulo dos setores produtivos, gerando efeito negativo para os negócios. Felizmente temos desde o início do ano notícias econômicas positivas que, ao contrário do pessimismo, injetam ânimo na classe produtora e estimulam o investimento. Isso se chama confiança empresarial, que provavelmente dependerá da queda dos juros, da inflação comportada, da retomada do crédito, do aumento do consumo de 3% e do crescimento do PIB em torno de 2,5% em 2024, previsões possíveis de serem alcançadas.
São metas improváveis? Não. Os resultados da economia brasileira alcançados até agora indicam boas probabilidades de sucesso. Senão vejamos: A arrecadação tributária nesse início de ano superou todas as expectativas, as possibilidades de se alcançar o superávit primário de aproximadamente R$ 80 bilhões em janeiro são reais e sinalizam para uma queda dos juros de longo prazo, tornando factível o cumprimento da meta do déficit primário zero. O provável anúncio da nossa balança comercial de janeiro, com superávit comercial de mais de US$ 6 bilhões e o saldo incluindo as primeiras semanas de fevereiro, já atinge US$ 10 bilhões.
Estamos com um robusto desempenho das exportações que geraram superávit comercial, mesmo com o aumento de importações, o que é bastante alvissareiro, pois indica a força do fluxo de dólares para o Brasil. No que diz respeito à inflação, a segunda prévia do IGP demonstra uma deflação de 0,49%, destacando-se também a deflação de preços no atacado do IPA, com queda significativa de 0,84%. Acreditamos que o BC deva seguir cortando a Taxa Selic, sendo provável que atinja patamar inferior ao nível de 10%.
É, portanto, real a perspectiva de crescimento econômico para que a indústria retome seu potencial, porém existem alguns fatores muito importantes nessa equação, como as medidas que devem ser discutidas no Congresso para melhorar o ambiente de negócios no nosso país.
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É imperioso destravar essa pauta para que possamos avançar na solução de problemas crônicos, como o investimento em infraestrutura, que dependerá em grande parte da iniciativa privada com projetos de modernização e inovação. Estima-se que 56 ou mais leilões de concessões e parcerias público-privadas (PPPs) federais e estaduais devam ser realizados este ano, projetados em aproximadamente R$ 173 bilhões, considerando-se todo o período das obras.
Por fim, acredito que o que é bom para a economia do país, também é bom para a Zona Franca de Manaus (ZFM). O crescimento da economia como um todo favorece o desempenho da indústria do Amazonas, pois o aumento do poder aquisitivo da população do Brasil, proporcionado pela criação de mais empregos, resulta no aumento da demanda por produtos industrializados na ZFM, bem como abre caminho para o progresso da bioeconomia sustentável amazônica, potencial que necessita ser mais desenvolvido com incentivos, tanto da esfera estadual como da federal.
Gilmar Freitas é Assessor Econômico da Presidência da FIEAM
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