“O ensino técnico na Amazônia deve ser voltado também para a questão da sustentabilidade ecológica, com um olhar inovador sobre o desenvolvimento, que possa trazer soluções capazes de melhorar a qualidade de vida da população, evitando a exploração irresponsável de recursos naturais.”
Por Gilmar de Freitas
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O ensino técnico é a ferramenta principal para que o nosso país cresça economicamente, favorecendo toda a política macroeconômica, reduzindo as desigualdades, elevando salários de quem tem a formação técnica e, em suma, aumentando o patamar econômico do país para um crescimento em torno de 2,3% do PIB, como revela recente estudo do Instituto de Ensino e Pesquisa (INSPER), equivalente ao aumento de aproximadamente R$ 209 bilhões.
O Brasil precisa aumentar a média de estudantes com formação técnica profissional, atualmente com cerca de 10%, enquanto que, entre os países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apresenta uma média de 40%.
No Amazonas e na Zona Franca de Manaus (ZFM), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) é a principal entidade com foco na formação profissional e tecnológica de nível médio, com cursos de curta e média duração, programas customizados para empresas, compromissado com a moderna gestão na busca de novos caminhos capazes de vencer os desafios para integrar a economia local ao país e ao resto do mundo. Procura também a consolidação do modelo de desenvolvimento da ZFM com a política industrial, ambiental e de ciência e tecnologia do Brasil. É uma instituição mantida pela indústria, que é decisiva na construção de um futuro melhor para o trabalhador e para a elevação da produtividade e competitividade do setor industrial local.
A presença do SENAI no Amazonas revela a importância de suas ações e serviços de alta qualidade, atendendo todos os municípios (até alguns dos estados vizinhos), singrando os rios amazônicos com os barcos Samaúma I e II, levando soluções por meio do conhecimento, da inovação e da diversificação dos negócios da economia regional, oferecendo a qualificação técnica reconhecida.
Somente com a qualificação técnica da nossa juventude, o nosso trabalhador terá condições de galgar novas posições na indústria e em praticamente todos os setores que utilizam a tecnologia no adensamento produtivo ligado ao conhecimento técnico.
Cada escola do SENAI possui áreas de atuação específica seja na disseminação do ensino profissional, seja no atendimento à indústria com soluções técnicas e inovadoras, com laboratórios em várias áreas produtivas, como: refrigeração, eletrônica, metrologia, eletricidade, petróleo e gás, informática, marcenaria, hidráulica, panificação e confeitaria, costura, alimentos, mecânica etc. Além de minicursos, oficinas e eventos cuja programação pode ser acessada nos sites da internet, ou encontrada nas unidades do SENAI.
O ensino técnico na Amazônia deve ser voltado também para a questão da sustentabilidade ecológica, com um olhar inovador sobre o desenvolvimento, que possa trazer soluções capazes de melhorar a qualidade de vida da população, evitando a exploração irresponsável de recursos naturais.
A formação técnica da mão de obra reduzirá as desigualdades regionais promovendo a inclusão social e possibilitando a inovação e eficiência produtiva da ZFM.
Gilmar Freitas é economista e Assessor Econômico da Presidência da FIEAM (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas)
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