Temperaturas recorde são atribuídas à queima de combustíveis fósseis e suas consequências climáticas. A população mundial começa a sentir os impactos. Europa e África sofrem com eventos climáticos extremos e novo ciclone no Brasil
Um grupo de cientistas afirmou recentemente que as ondas de calor extremo que atingem a Europa e os Estados Unidos são um resultado direto da ação humana e estão se tornando cada vez mais comuns.
Recorde de calor global em julho
A pesquisa mostra que neste mês de julho, ondas de calor atingiram diversas partes do hemisfério norte, com temperaturas ultrapassando os 50ºC em algumas áreas, como na China e nos Estados Unidos. Na Europa, regiões como a Catalunha, na Espanha, registraram dias mais quentes do que nunca antes na história. No dia 18 de julho, os termômetros catalães marcaram mais de 45ºC.
Os pesquisadores frisam que esses eventos extremos foram exacerbados pelas mudanças climáticas em andamento no planeta. O estudo é conduzido por uma equipe de pesquisadores de diversas instituições, incluindo o renomado Imperial College, de Londres.
Combustíveis fósseis aceleram aquecimento
Os cientistas afirmam que, sem a queima de combustíveis fósseis, eventos como estes seriam extremamente raros. “Na China, por exemplo, eles ocorreriam apenas uma vez a cada 250 anos e seriam praticamente impossíveis no sul da Europa”, afirma o grupo.
Impactos na população e a necessidade de ação
A pesquisa também destaca que as consequências do calor excessivo já estão impactando significativamente a população. Apenas no ano passado, mais de 60 mil europeus morreram devido ao calor excessivo.
Os cientistas sublinham que quase nenhum país está preparado para lidar com os impactos das mudanças climáticas e fazem um apelo por ações urgentes para enfrentar essas vulnerabilidades. A resposta a essas ondas de calor extremas e suas consequências mortais deve ser uma prioridade global para evitar ainda mais perdas humanas e ecológicas.
A era do antropoceno, onde a atividade humana se tornou a força dominante nos sistemas ambientais globais, nunca foi tão evidente. É necessário agir agora para mitigar os efeitos mais extremos e duradouros das mudanças climáticas.
Consequências do calor extremo na Europa e norte da África
Enquanto as temperaturas continuam a atingir recordes em partes da Europa, os impactos mortais são cada vez mais evidentes. Na Itália, pelo menos duas pessoas morreram devido a fortes chuvas, enquanto o calor extremo levou ao fechamento do aeroporto de Palermo. Na Grécia, dois pilotos que lutavam contra incêndios florestais morreram quando seu avião caiu.
A combinação de calor extremo e ventos fortes tem fomentado a propagação de incêndios na Sicília, onde se registrou 47°C na última segunda-feira, uma temperatura recorde desde 1999. Pelo menos 43 focos de incêndio estão devastando a vegetação italiana, principalmente na região de Palermo, onde rodovias foram fechadas e o fogo ameaça atingir o hospital Cervelló e o aeroporto local.
O ministro da Proteção Civil, Nello Musumeci, chamou a atenção para as mudanças climáticas em um post no Facebook, afirmando que “as mudanças climáticas que estão atingindo nosso país obrigam a todos, sem exceção, a mudar de atitude.”
Incêndios e inundações na Itália
Enquanto incêndios devoram o sul, o norte do país sofre com fortes chuvas causando vítimas, principalmente devido à queda de árvores. Em Milão, as intensas precipitações de granizo e ventos fortes provocaram inundações e derrubaram várias árvores. Há relatos de graves danos à rede elétrica local e corte temporário de água no centro histórico da cidade.
Tragédia na Grécia
Na Grécia, um avião da Força Aérea caiu durante o combate a um incêndio florestal no sul do país, matando os dois pilotos. As autoridades lutam para controlar os incêndios que duram vários dias, exacerbados pelas altas temperaturas e fortes ventos.
O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis cancelou uma visita planejada ao Chipre e declarou três dias de luto, comentando que os pilotos “ofereceram suas vidas para salvar outras vidas”, e lembrou o quão perigosas são as missões diárias de combate a incêndios.
Mudanças climáticas evidentes
De acordo com uma pesquisa divulgada recentemente, as temperaturas extremas registradas neste mês de julho em quase todo o Hemisfério Norte seriam praticamente impossíveis sem a influência das mudanças climáticas causadas pelo homem. Essas ondas de calor excepcionalmente fortes estão se tornando mais comuns, e o estudo mostra que a queima de combustíveis fósseis tem contribuído para a intensidade do calor.
Um aumento significativo na temperatura da água do mar Mediterrâneo também foi observado, registrando 28°C, ou seja, 4°C a mais do que o normal para a zona sudeste da Península Ibérica, segundo a Agência Meteorológica do Estado.
A situação na Argélia não é diferente, onde uma onda de calor tem favorecido a propagação de incêndios, causando até agora 34 vítimas, incluindo soldados e vários feridos.
Essas crises climáticas recordes são um lembrete gritante da necessidade de ações climáticas rápidas e significativas em todo o mundo. As atividades humanas estão contribuindo para o aumento das temperaturas globais, e os impactos catastróficos estão se tornando cada vez mais evidentes em todo o mundo.
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