Alckmin ampliou sua compreensão da realidade da ZFM do Brasil, que tem razões suficientes para existir, e não precisa se proteger com o frágil escudo da floresta.
Por Juarez Baldoino da Costa
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Potenciais 28.000 novos consumidores fortalecerão o comércio, o agronegócio, os serviços e a construção civil do estado, os setores mais interessados nos dados da bem organizada primeira reunião do CAS – Conselho de Administração da Suframa no atual mandato de Lula, presidida pelo Vice-Presidente Alckmin, que aprovou 1.605 novos postos diretos de trabalho, cujo fator multiplicador 5 da Suframa para incluir as vagas indiretas se converterão em mais de 8.000 empregos, somados aos 20.000 respectivos 2,5 dependentes em média por trabalhador.
Junto com os empregos, R$ 1,5 bilhão em investimentos privados serão aportados por indústrias do PIM – Polo Industrial de Manaus.
Na reunião aprobatória realizada na Arena da Amazônia em 24/03/2023, Alckmin também revelou seu entendimento sobre a dimensão real da ZFM quando a chamou de “Zona Franca de Manaus, mas do Brasil”, e não se confundiu com o descuido dos staffs ainda não bem informados do prefeito de Manaus David Almeida e do governador do Amazonas Wilson Lima que permitem que seus chefes ainda deixassem escapar o discurso ultrapassado e infundado de que a ZFM protege a floresta amazônica.
O encaminhamento político do também ministro Alckmin durante a reunião foi de comprometimento e defesa dos interesses do país e do Amazonas através da brasileira ZFM, de forma institucional pelos cargos que ocupa, cuja proteção também assegurou no âmbito da Reforma Tributária (se houver).
O papel das entidades de classe e da aguerrida classe política amazônida dos estados alcançados pela Suframa, e que formam a sigla ARARA, assim batizada pelo seu Superintendente Marcelo Pereira para lembrar as iniciais respectivas de Amapá, Rondônia, Acre, Roraima e Amazonas, continuará sendo a forma da sociedade dar sua contribuição neste processo, propondo, mas também cobrando a conversão do discurso em resultados tangíveis.
O destaque para os “decretos do IPI” que o senador Omar Aziz lembrou, é o alerta que ele faz para a vigilância permanente necessária dada a insegurança jurídica da ZFM que ainda não foi debelada.
O “Brasil” da Zona Franca, agora também de Alckmin, são os 212 milhões de consumidores de seus produtos que precisam ser conscientizados pela mídia para despertarem seus candidatos hoje parlamentares, de que desejam continuar comprando produtos sem a pesada carga tributária brasileira, o que só é possível com a existência da ZFM.
É preciso investimento permanente na mídia nacional, e os orçamentos dos 5 estados e das 5 prefeituras de suas capitais precisam se unir e despertar para esta estratégia, que pode ser reforçada com a contribuição privada dos setores dela beneficiários.
A chamada “renúncia tributária” do PIM é benéfica para a economia brasileira porque ao invés de o dinheiro dos impostos ficar com o governo, fica com a população, que movimenta o turismo, os restaurantes, a construção civil, o comércio tradicional e os shoppings, e diversas outras atividades que são consumidas pelos brasileiros com o dinheiro economizado na compra de motos, TVs e celulares, entre tantos outros.
Alckmin ampliou sua compreensão da realidade da ZFM do Brasil, que tem razões suficientes para existir, e não precisa se proteger com o frágil escudo da floresta.
Juarez é Amazonólogo, MSc em Sociedade e Cultura da Amazônia – UFAM, Economista, Professor de Pós-Graduação e Consultor de empresas especializado em ZFM.
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