Estudo da FAO e OCDE prevê que o consumo global de alimentos na humanidade deverá subir 1,4% a.a. nesta década
O mundo ficará longe de atingir as metas firmadas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) sobre Fome Zero e no Acordo de Paris quanto a emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2030, talvez, os dois maiores desafios da humanidade.
A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) divulgou, hoje (dia 26), o Sumário Executivo do documento sobre Perspectivas Agrícolas 2022–2031 da OCDE e FAO, no qual detalha a evolução nos dois temas.
Para que seja atingida a meta de Fome Zero, a produtividade média global agrícola precisaria aumentar em 28% até a próxima década, valor três vezes maior do que o averiguado nos últimos dez anos.
Nesse contexto, há destaque para o incremento da produtividade animal global que deveria subir em 31%, em média, superando largamente o crescimento registrado na última década, que ficou em 5%.
Todo o aumento necessário ainda deveria ser atingido com redução de 6% nas emissões totais de GEE, também, até o final dessa década, segundo o Acordo de Paris, que foi assinado por 174 países e a União Europeia.
O sumário afirma que “é necessária uma extensa ação em investimento agrícola e em inovação para colocar o setor agrícola na trajetória do crescimento da produtividade e da transformação para sistemas alimentares sustentáveis.”
Na relação entre produção e emissões, a América Latina e o Caribe apresentam uma das maiores projeções de crescimento da produtividade (superior a 1,1% ao ano) e menor aumento das emissões (próximo de 0,1%)
Neste quesito, apenas a Europa e Ásia Central têm previsão de redução das emissões até 2030.
Consumo mundial de alimentos
O estudo prevê que o consumo global de alimentos deverá subir 1,4% a.a., na próxima década, impulsionado principalmente pelo aumento populacional. Essa taxa de crescimento é inferior ao do crescimento global.
Ademais, segundo os dados da pesquisa, a maior parte do aumento na demanda por alimentos será dada pelos países de baixa e média rendas. Países de alta renda terão demanda limitada pelo crescimento lento da população e pela saturação no consumo per capita de vários grupos de alimentos.
Originalmente publicado por: Agrofy News
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