Arquitetos espanhóis apostam em bioconstrução para projeto de casas autossuficientes em comunidade sustentável
Enquanto cientistas de todo o mundo alertam para a necessidade urgente de se combater as mudanças climáticas, arquitetos espanhóis já começaram a projetar casas para as novas condições impostas pelo aumento de temperatura escassez de recursos naturais, como a água.
“Como arquitetos devemos pensar nas alternativas que nos permitirão melhorar nossa qualidade de vida, em possíveis cenários onde as condições climáticas são extremas e os recursos naturais básicos são ainda mais escassos do que hoje”, explicam os espanhóis do W-LAB, escritório de arquitetura que projetou uma vila de casas com baixo impacto ambiental adaptadas a um clima mais quente e seco.
Neste cenário adverso, a aposta dos arquitetos é a bioconstrução, com soluções mais sustentáveis, desde a escolha dos materiais até o estilo de vida dos moradores.
Para a vila de casas, serão desenvolvidas casas pré-fabricadas, fixadas no solo por meio de estacas que podem ser removidas sem deixar marcas no chão, reduzindo ainda mais o impacto ambiental do projeto.
As casas seriam dispostas em um círculo cujo espaço central é destinado para atividades comunitárias ao ar livre. A presença de palmeiras resistentes ao clima árido, elementos de sombra e muros baixos no perímetro externo ajudariam a proteger dos ventos fortes e da radiação solar.
As casas, apelidadas de biocabines, têm cerca de 70 metros quadrados e teriam uma altura de 8,5 metros baixas e um formato aerodinâmico para reduzir o atrito do vento e melhorar a estabilidade, minimizando o som, a vibração e a erosão do local. O uso da ventilação natural é outra ferramenta usada para garantir o conforto térmico e reduzir a necessidade de energia elétrica.
Cada casa seria completamente autônoma, sem a necessidade de ligação à uma rede elétrica externa. A eletricidade seria gerada em sistemas de painéis solares e aerogeradores externos e seria armazenada em baterias instaladas no subsolo da casa. As conexões de Internet de banda larga seriam fornecidas por satélite e as mercadorias poderiam ser entregues por drones.
Para fornecer água, uma central de dessalinização solar e um sistema que coleta a água de neblina seriam instalados ao redor da vila. Este sistema de captação de água ajudaria ainda a diminuir as temperaturas e criar um oásis artificial ao redor do povoado.
A ideia é que os moradores precisem se locomover o mínimo possível, trabalhando e se exercitando em casa, além de ter uma vida social com vizinhos próximos.
As casas têm espaços destinados a pequenas estufas e jardins para o cultivo caseiro de alimentos, com produtos da horta disponíveis para os moradores diretamente na sala e na cozinha.
O cultivo de alimentos estaria conectado compostagem doméstica para resíduos orgânicos, que forneceria composto para enriquecer o solo, e a um sistema de tratamento de água, de onde viria a água para irrigação.
Materiais Sustentáveis
O uso de materiais de origem natural ou com alto grau de reutilização e reciclagem fio outra preocupação dos arquitetos. Para estrutura e revestimentos a ideia é usar madeiras alternativas de plantas de agave americana. Popularmente conhecida como “a madeira do deserto”, por crescer facilmente em climas áridos, tem sido amplamente utilizada na bioconstrução.
Esta madeira pode ser tratada para formar painéis e laminados e é tão durável quanto outras madeiras utilizadas na arquitetura. Além disso, suas fibras podem ser reutilizadas e transformadas em outros materiais de construção.
Para o isolamento térmico, seriam usadas as mesmas fibras e até raízes do agave, dispensando o uso de outros materiais ou aditivos químicos.Os elementos que necessariamente devem ser metálicos na casa são projetados em alumínio graças à sua ampla capacidade de reciclagem e reutilização.
Para mais informações, acesse www.wds-lab.com.
Fonte: CicloVivo
Comentários