As chuvas intensas que caíram em Pernambuco na última semana deixaram um rastro de destruição e morte. Até o começo da noite de domingo (29/5), a Defesa Civil do estado confirmava a morte de 84 pessoas e mais 56 desaparecidos. Recife e a Zona da Mata são as áreas mais afetadas, com registros de inundações e deslizamentos de terra. Além da capital, outros oito municípios decretaram estado de emergência: Olinda, Jaboatão dos Guararapes, São José da Coroa Grande, Moreno, Nazaré da Mata, Macaparana, Cabo de Santo Agostinho e São Vicente Ferrer. Pelo menos 3,9 mil pessoas seguem desabrigadas.
O governo federal anunciou neste final de semana a liberação de R$ 1 bilhão para ações emergenciais de socorro, assistência humanitária e restabelecimento de serviços essenciais. O ministro do desenvolvimento regional, Daniel Ferreira, sinalizou que a União também pretende apoiar nos esforços de reconstrução das áreas e das residências destruídas pela chuva. O presidente da República deve visitar Recife nesta 2ª feira (30/5). Já o governador pernambucano, Paulo Câmara, afirmou que antecipará a convocação de 92 novos bombeiros militares para apoiar nos esforços de salvamento e resgate.
As chuvas foram provocadas por um fenômeno meteorológico chamado Distúrbio Ondulatório do Leste, que são alterações no campo de vento e pressão que atuam na faixa tropical, em área de influência dos ventos alísios, que se deslocam da costa africana ocidental até o litoral oriental brasileiro. Isso potencializou o começo da temporada chuvosa na costa nordestina, que também teve influência da forte onda de frio que provocou quedas recorde de temperatura na maior parte do Brasil há duas semanas. Além disso, como explicou o cientista Pedro Côrtes (USP) ao Estadão, ainda temos o impacto do La Niña, que costuma causar um aumento na intensidade das chuvas na porção leste da América do Sul. Neste ano, o Atlântico está com as águas mais quentes que o normal e isso potencializa a instabilidade, ocasionando as fortes chuvas. g1 e Metrópoles também explicaram o impacto desses fenômenos sobre as chuvas de Pernambuco. BBC Brasil, Estadão, Folha, g1, O Globo, UOL e Valor, entre outros, repercutiram o drama vivido pelos pernambucanos nos últimos dias.
Fonte: Clima info
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