A intensificação da violência de garimpeiros contra indígenas na Terra Yanomami não fugiu ao olhar dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta 5ª feira (28/4), durante julgamento do “pacote ambiental” pela Corte, a ministra Cármen Lúcia cobrou uma apuração cuidadosa sobre o crime e a violência sofrida pelos Yanomami nas mãos dos garimpeiros. “Essa perversidade não pode permanecer como dados estatísticos, como fatos normais da vida. Não são. Nem podem permanecer como notícias”, disse a ministra. “Não é possível calar ou se omitir diante do descalabro de desumanidades criminosamente impostas às mulheres brasileiras, dentre as quais mais ainda as indígenas, que estão sendo mortas pela ferocidade desumana e incontida de alguns”. O g1 destacou a cobrança de Cármen Lúcia.
A situação dos Yanomami ganhou destaque nas últimas semanas, com a repercussão de denúncias de violência e abuso sexual cometidos por garimpeiros contra indígenas. Nesta semana, uma adolescente de 12 anos foi assassinada depois de ser sequestrada e abusada sexualmente, e uma criança de três anos segue desaparecida após ser jogada pelos criminosos no rio Uraricoera.
Já o Estadão deu detalhes sobre uma análise feita pelo Ministério Público Federal (MPF) acerca da intensificação do garimpo ilegal na Terra Yanomami. Procuradores da República visitaram a área no mês passado e constataram como a atuação cada vez mais explícita dos garimpeiros está prejudicando até mesmo o atendimento médico nas comunidades. Um posto de saúde indígena teve que ser fechado na comunidade de Homoxi por conta do risco de desabamento causado por uma cratera aberta para extração de ouro. Além disso, a pista de pouso utilizada para o transporte das equipes médicas foi tomada e segue sob controle dos garimpeiros, que impedem a chegada de médicos e enfermeiros.
Em tempo: Agentes da Polícia Federal deflagraram nesta 5ª feira (28/4) a Operação Adámas, com a execução de sete mandados de busca e apreensão em Rondônia contra uma quadrilha acusada de comercializar diamantes retirados ilegalmente de Terras Indígenas. De acordo com a PF, o grupo seria composto por empresários, com apoio de um advogado e um servidor público estadual, que atuavam para “lavar o dinheiro” decorrente das vendas e ocultar os recursos. As ações se concentraram nos municípios de Guajará-Mirim e Ariquemes. O g1 deu mais informações.
Fonte: Clima Info
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