O manto de gelo marinho no entorno da Antártica encolheu à menor superfície desde que esta começou a ser monitorada por satélites, há mais de 40 anos. Os dados preliminares são do Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos Estados Unidos (NSICD– veja aba Antarctic), no Colorado, e foram divulgados na 2ª feira (21/2).
O manto de gelo da Antártica chegou a 1,97 milhão de quilômetros quadrados – superando outro recorde de baixa que já havia surpreendido os pesquisadores em 2017, quando a superfície coberta por gelo foi de 2,1 milhões de quilômetros quadrados. “É aterrorizante testemunhar este oceano congelado derretendo”, declarou à Bloomberg Laura Meller, conselheira do Greenpeace. Segundo Meller, os dados corroboram as evidências de “colapso climático” e terão consequências em todo o planeta.
Já os cientistas ouvidos pelo Guardian foram mais cautelosos ao correlacionar a retração de gelo verificada na Antártica às mudanças climáticas, alegando que novos estudos são urgentes e necessários. Porém, é fato que os últimos oito anos foram os mais quentes já registrados na história, sendo 2021 o sexto mais escaldante.
Segundo a Bloomberg, o gelo marinho da Antártica tem sofrido uma retração de 13%, em média, a cada dez anos. Os efeitos indiretos incluem aumento do nível do mar, interrupção de padrões de sistemas migratórios da vida selvagem e aceleração do aquecimento global, uma vez que, com menos gelo, a área de reflexão dos raios solares também diminui. New York Times e Gizmodo repercutiram o recorde histórico.
Outro estudo recente, liderado pelo pesquisador Raul Cordero, da Universidade de Santiago do Chile, mostrou que o derretimento do gelo da Antártica também seria influenciado pelo chamado “carbono negro” (fuligem) produzido por atividades pesqueiras, de turismo e de pesquisas. O Guardian traz mais informações.
Em tempo: O blog Climate Connections, produzido pela Universidade de Yale dos EUA, fez um levantamento das últimas descobertas científicas sobre o aumento do nível do mar e sobre a Antártica. Vale conferir.
Fonte: ClimaInfo
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