A pouca idade não impede esses combatentes de assumir a frente do movimento para proteger o meio ambiente. Conheça jovens inspiradores em todo o mundo que estão fazendo a diferença
A crise climática está afetando milhões em todo o mundo de forma desigual e ameaçando catastroficamente as gerações futuras. Ainda assim, as vozes das pessoas mais afetadas pelo aquecimento global são as que costumam ser ignoradas ou silenciadas.
Mas esses jovens ativistas se recusam a ficar calados. Eles se mobilizaram e se mantiveram em mesas de debate e entrevistas, provando estar entre as influências mais persuasivas e notáveis na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), realizada em novembro em Glasgow, na Escócia.
Cada um desses agentes de mudança usou sua voz, perspectiva e habilidades de uma forma única, todos exigindo compromissos sérios e ações eficazes, mesmo quando aqueles que ainda buscam lucrar as custas da saúde do planeta tentaram intimidá-los.
Do Brasil à Colômbia, da Etiópia ao Paquistão, aqui estão alguns agentes de mudança que você precisa conhecer:
Aisha Akbar, Paquistão
Akbar chamou a atenção internacional para as questões ambientais enfrentadas por sua terra natal na COP26. Por causa das secas mais frequentes e prolongadas nos últimos anos, as mulheres da região precisam viajar mais para buscar água para a casa, o que significa exposição regular a tempestades de areia, agravadas pela seca.
Amanda Gorman, Estados Unidos
A jovem escritora norte-americana Amanda Gorman foi destaque no início de 2021. Ao recitar seu poema “The Hill We Climb” (A Colina que Escalamos, em tradução livre) durante cerimônia de posse do presidente Joe Biden, ela alertou sobre a divisão que tomou conta dos Estados Unidos – e de tantos lugares no mundo –, pedindo mais união, justiça e ação por parte dos líderes mundiais. E também de cada um de nós.
Catalina Silva, Chile
Ao ver as geleiras da Patagônia chilena, onde nasceu e cresceu, derreterem diante de seus olhos, Catalina Silva, 20 anos, decidiu se tornar ativista climática. Desde pequena, a jovem que habitava um povoado de pouco mais de 500 habitantes, aprendeu a valorizar e a preservar os ecossistemas naturais que a rodeavam. E se surpreendeu quando visitou alguns centros urbanos e não encontrou a mesma relação de sintonia entre os seres humanos e a natureza.
Isaias Hernandez, Estados Unidos
Filho de imigrantes mexicanos, nascido e criado em um bairro de Los Angeles cercado por tráfego intenso e muita poluição, Isaias Hernandez, 25 anos, experimentou em primeira pessoa o que dizem os índices de desigualdade que assolam a Califórnia, o Estado mais rico dos Estados Unidos. “Nossa vida era dura, não tínhamos muito dinheiro, vivíamos em uma dessas casas populares que são construídas em áreas da cidade onde a qualidade do ar, da água e do solo são péssimas”, lembrou ele, em entrevista ao Um Só Planeta. Quando estava terminando o Ensino Médio, Isaias ouviu a expressão “justiça ambiental” pela primeira vez e decidiu que iria lutar por ela.
Marinel Ubaldo, Filipinas
Marinel sobreviveu à ira do supertufão Haiyan e desde então se tornou uma defensora da justiça climática. Ela é uma das peticionários do Inquérito sobre Mudança Climática e Direitos Humanos apresentado pelo Greenpeace e outras OSCs na Comissão Filipina de Direitos Humanos. O ato de educar os jovens e as comunidades locais desempenha um papel significativo em seu ativismo e Marinel tem um discurso apaixonado ao falar sobre ação climática, política global e o papel que as comunidades jovens podem desempenhar na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
Maytik Avirama, Colômbia
Co-fundadora de uma organização que conecta jovens ativistas ambientais na Colômbia, Maytik também participou de uma sessão da Agência de Mudanças Climáticas das Nações Unidas (UNFCCC) sobre justiça climática. É possível acompanhar o trabalho dela em seu podcast em espanhol, Radio Savia, onde a jovem discute a interseccionalidade entre os direitos de gênero e o ambientalismo, bem como destaca tópicos urgentes como a violência mortal que os ambientalistas enfrentam regularmente na Colômbia.
Mikaelle Farias, Brasil
Aos 20 anos, Mikaelle é a única nordestina que compôs a delegação brasileira de 16 jovens do Fridays For Future, movimento global de ativistas pelo clima liderados pela sueca Greta Thunberg, para a COP26, a Conferência das Partes da Nações Unidas. Enquanto as discussões sobre o papel do Brasil na agenda climática global tomavam grande destaque por causa da Amazônia, Mikaelle esperava fortalecer a conscientização sobre os impactos do aquecimento global no Nordeste.
Txai Suruí, Brasil
Nascida no povo Suruí, em Rondônia, Txai foi a única brasileira e indígena a falar na abertura oficial da última Conferência de Cúpula do Clima da ONU, a COP26. Ela é filha de Almir Suruí, 47, uma das lideranças indígenas que mais se destacam no combate ao desmatamento na Amazônia. Além de fundadora do Movimento Juvenil Indígena de Rondônia, também esteve na COP26 como integrante da delegação juvenil do Engajamundo – organização não governamental de lideranças juvenis. No comunicado histórico, Txai Suruí chamou a atenção do mundo para quem está na frente do combate à crise climática e apontou para a necessidade urgente de defender a Amazônia do desmatamento.
Vanessa Nakate, Uganda
Não é apenas a sueca Greta Thunberg ou a alemã Luisa Neubauer que fazem história no ativismo climático jovem pelo mundo. O continente africano também é palco para a militância de uma juventude comprometida com a pauta climática e que busca engajar mais pessoas na ação climática. É o caso da ugandense de 24 anos Vanessa Nakate. Ela ganhou destaque durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, em 2020, quando foi cortada pela agência de notícias Associated Press de uma foto com um grupo de jovens ativistas brancos. Na época, Nakate aproveitou a exposição trazida pela situação racista para aumentar a visibilidade das questões raciais e de gênero dentro da pauta climática.
Yared Abera, Etiópia
Yared é o fundador e diretor da The Youth Print, uma organização da sociedade civil que trabalha na Etiópia para criar e apoiar ideias e projetos juvenis inovadores. Yared também é embaixador do African Youth Climate Hub. Na COP26, ele pressionou por mais dinheiro para os esforços de adaptação dos países em desenvolvimento, pedindo uma verbas para compensar os países mais pobres por perdas e danos causados pelas mudanças climáticas.
Fonte: Um Só Planeta
Comentários