Acumulado do ano é 31% maior do que o registrado no mesmo período de 2020. Desmatamento no bioma dobrou sob Jair Bolsonaro, mostra Imazon
A Amazônia perdeu, de janeiro a novembro de 2021, uma área equivalente a sete vezes a cidade de São Paulo. No período, foram ao chão 10.222 km² de floresta, segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). A cifra, divulgada nesta segunda-feira (20), é 31% superior ao mesmo período do ano passado e a pior dos últimos 10 anos.
Se comparado com o último ano antes da gestão Bolsonaro, o número registrado pelo Imazon mostra que o desmatamento dobrou nos últimos três anos, passando de 5.129 em 2018, para 10.222 em 2021 – quando considerado o acumulado de janeiro a novembro.
Apenas em novembro, uma área de 480 km² foi desmatada na Amazônia, o que corresponde ao território de Porto Alegre. Com isso, 2021 teve o segundo pior novembro da década, atrás apenas de 2020, quando 484 km² foram destruídos no mês.
Desmatamento por estados
O Pará aparece novamente no topo do ranking de destruição da floresta, com 290 km² de devastação em novembro. Este é o sétimo mês consecutivo do estado nesta posição.
O número representa 60% da área desmatada na Amazônia no mês e é 26% maior do que o detectado em solo paraense em novembro no ano passado. Além disso, segundo o Imazon, 16 dos 20 municípios e assentamentos que mais destruíram a floresta no mês ficam em solo paraense.
Já Mato Grosso e Rondônia foram responsáveis, respectivamente, por 54 km² (11%) e 42 km² (9%) do desmatamento registrado na região em novembro. Esses dois estados também possuem cinco das 20 áreas protegidas que mais sofreram com a devastação da floresta, sendo duas unidades de conservação e três terras indígenas. São elas: Esec de Samuel (RO), Resex Jaci Paraná (RO), TI Karipuna (RO), TI Menkü (MT) e TI Rio Guaporé (RO).
Juntos, os três estados citados acima são responsáveis por 80% do desmatamento na Amazônia em novembro.
“As consequências do aumento do desmatamento observado neste ano são inúmeras, entre elas a intensificação do aquecimento global, a alteração do regime de chuvas e a perda da biodiversidade. Além disso, a destruição da floresta também ameaça a sobrevivência de povos e comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas e extrativistas”, alerta a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim.
Fonte: O Eco
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