Com material importado da Itália, a Tessalt Suit chegou ao mercado com proposta de conscientização sobre o cuidado com o meio ambiente
A Tessalt Suit ganhou forma durante a pandemia, mas a ideia de produzir trajes de surfe com tecido sustentável já vinha sendo avaliada por Tess Chuairi um ano antes do lançamento oficial. Apaixonada por moda praia – com passagens por Farm e Kora Swim –, a jovem decidiu investir no surfe, esporte que pratica como hobby nas ondas das praias da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. “A pandemia foi o momento em que mais precisávamos de marcas surgindo com a sustentabilidade no DNA”, frisa a empreendedora.
Quando se formou em moda, Chuairi já tinha a vontade de ter uma marca sustentável, mas faltava a verba para empreender. Começou a trabalhar em empresas já estabelecidas e conseguiu construir pontes com fornecedores e fazer contatos no meio. Ela passou cerca de três anos crescendo profissionalmente e juntando dinheiro para poder investir em seu sonho de empreender a favor da preservação do meio ambiente. Apostar no nicho do surfe não demorou muito, já que a inspiração estava no seu dia a dia.
“Não temos marcas locais de roupas de neoprene, muito menos marcas sustentáveis de surfe. Como surfistas, devemos ter como principal objetivo a preservação do meio ambiente. Se o oceano não for limpo, como vamos surfar?”, provoca a empreendedora.
Usados desde a década de 1950 por surfistas para manter a temperatura corporal, os trajes de neoprene (espécie de borracha sintética oriunda do petróleo) causam alto impacto ambiental da extração ao descarte. A empreendedora usou como referência a marca de roupas esportivas norte-americana Patagonia, que produz seus trajes com Yulex, tecido próprio feito a partir da borracha extraída da seringueira.
Segundo a Patagonia, a produção do novo traje de Yulex ajudou a reduzir as emissões de CO2 em 80% em comparação com os métodos tradicionais de produção de wetsuits. Chuairi não abriu o investimento que fez para a produção das peças da Tessalt, que chegaram ao mercado em julho deste ano, mas revela que contou com um “paitrocínio” (ajuda financeira do pai) para importar as folhas de Yulex da Itália e levá-las a Garopaba, em Santa Catarina, onde fica a confecção. “Nosso wetsuit tem ciclo de vida menor, levando menos tempo para se decompor do que o modelo tradicional, de neoprene”, afirma.
A empreendedora celebra que suas peças estão sendo endossadas por praticantes profissionais de surfe, como Jasmim Avelino, bicampeã brasileira de longboard. Os trajes estão disponíveis para compra no e-commerce oficial da marca e também em duas lojas físicas — no Rio de Janeiro e em São Paulo. A primeira coleção é composta por dois modelos femininos e um masculino.
Para o futuro, Chuairi pretende usar a Tessalt como plataforma para promover ações sustentáveis, realizando parcerias com escolas para doar wetsuits para crianças carentes das comunidades cariocas e ajudando na limpeza das praias. “Não criei a marca para lucrar, mas para ter propósito. Não temos planeta B. Se não fizermos a diferença agora, não teremos mais saída”, finaliza.
Fonte: Um Só Planeta
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