Nesta quinta-feira, a reitoria da UEA convocou interessados para conhecer plataformas de ensino e inovação para educação a distância com a adoção da modalidade cloud que permite aos clientes da plataforma – incluindo as empresas que mantém a instituição – acessar a qualquer momento os conteúdos de treinamento, projetos, agendas e metodologias, de interesse ou da carga de conteúdos dos cursos disponibilizados. É a socialização do saber e do como fazer. Nessa relação mais próxima entre economia e academia, ciência e tecnologia ficam mais próximas dos trabalhadores e investidores. Informação a qualquer momento. Apesar dessa proximidade crescente da tecnologia com o cotidiano das pessoas, disponível a qualquer smartphone, a discussão sobe para outro patamar: como fazer para que os trabalhadores de uma empresa ou as populações indígenas do Alto Rio Negro possam se beneficiar desses conteúdos, como lhes propiciar motivação para o conhecimento, um salto de qualidade e uma ponte de libertação para a ignorância que desumaniza? Com uma Universidade plugado em seu tempo, como a UEA tem-colocado, o esforço em inovação pode consolidar uma cultura inovadora e genuína, incentivando o esforço em P&D que surge e se irradia a partir das empresas, locus privilegiado da inovação. E, para isso, é necessário contar com a mobilização de diversos setores da sociedade. O investimento é este, e está é a razão maior da briga para assegurar que seja utilizado na região o recurso de pesquisa e interiorização do desenvolvimento, seja ele público, com a devolução do que foi confiscado, ou privado, nacional ou internacional, daqueles que costumam investir nas instituições domésticas ou locais. É aí mais uma vez aparece a importância da universidade, a segurar a Poronga que alumia os caminhos da riqueza associada à prosperidade social.
Patamares da inovação
De olho nas demandas empresariais, a UEA criou uma Agência de Inovação. É importante pontuar que a inovação é gerada, essencialmente, pela busca da competitividade das empresas e de uma região, com potencialidades de oferecer, a partir de seu banco genético, soluções que o mercado demanda ou que a ele são oferecidas para marcar um avanço num patamar elevado de tecnologia de produtos, as chamadas novidades do mercado. No modelo ZFM, ora sacudido por uma crise sem precedentes nem hora para terminaram, o papel da inovação é oferecer soluções criativas que reduzam custos e tornem mais atraentes os cardápios oferecidos. Ao mesmo tempo, inovar em tempo de crise a empresa busca na universidade o conhecimento necessário para desenvolver o produto que atenda às demandas do consumidor. Isso implica na geração de conhecimento numa perspectiva mais abrangente, que combina tecnologia com psicologia e outras áreas do saber e da comunicação inteligente. E aí entra a essência da visão de totalidade do saber acadêmico, onde um produto inovador é desenvolvido pela empresa com acerto de atendimento de demandas no sentido mais arrojado do termo. É desse ponto de vista que se torna importante entender o papel estratégico da UEA para o desenvolvimento do Estado.” Nossa gestão visa fortalecer grupos e linhas de pesquisa com laboratórios ultramodernos e aprofundar a relação com o setor produtivo para preparar profissionais para o Polo Industrial de Manaus”, afirma o reitor Cleinaldo Costa.
Cadeias não-predatórias
“A universidade é pensada para promover a interiorização do desenvolvimento no estado, utilizando todas as suas vocações naturais. O Amazonas não produz commodities e sim produtos de valor agregado. A intenção é melhorar a qualidade da graduação e fortalecer as cadeias produtivas não predatórias. Não queremos preparar profissionais para aplicar seus conhecimentos em outros lugares do País e do mundo e sim formar mão-de-obra qualificada para nosso próprio estado. Chega de exportar nossos intelectuais, precisamos deles aqui”, analisa o reitor. “Precisamos mudar este cenário. Hoje 90% da atividade produtiva do estado está concentrada na capital”. Para atender a indústria que os financia, a universidade conta com 15 cursos de Engenharia, como Mecânica, de Produção e Naval, por exemplo. Para isso formou parcerias fundamentais, como com a Samsung, que construiu na universidade um laboratório de desenvolvimento de software no valor de R$ 40 milhões. O laboratório gerou dois cursos de graduação e três de pós. Dois mil alunos já passaram por lá em apenas um ano. Além da Coreia, sede mundial da empresa, o Centro de Capacitação Samsung Ocean só existe em São Paulo e na UEA em Manaus, sendo o único instalado dentro de uma universidade. Com visual moderno, o Ocean foi inspirado na arquitetura das grandes empresas de criação do mundo e qualifica aspirantes a empreendedores de start-ups, desenvolvedores de jogos e aplicativos móveis. “Este laboratório representa um marco na história da UEA na relação com as indústrias instaladas no PIM”, avalia Cleinaldo. A Microsoft também investiu US$ 20 milhões em um laboratório de análise de materiais na UEA. Outras empresas da Zona Franca estão investindo em laboratórios de robótica e automação.
Go Amazon
Outro projeto importante é o Green Ocean Amazon, o GOAmazon, que tem como objetivo produzir conhecimento científico sobre a atmosfera, formação de nuvens, precipitação de chuva e medir níveis de poluição na área urbana de Manaus. O projeto é realizado através de parceria entre Brasil e Estados Unidos e investirá R$ 24 milhões em pesquisa. “Através do projeto, alunos e professores poderão fazer intercâmbio no exterior, ampliar seus conhecimentos e voltar para desenvolver pesquisas na região amazônica”, declara Rodrigo Souza, coordenador de projetos institucionais da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UEA. Os dados adquiridos com a pesquisa serão usados por estudantes e docentes da UEA e da USP ao longo dos próximos dez anos. O Google também fechou parceria com a UEA. O objetivo é disponibilizar plataformas para melhorar o ensino e a aprendizagem em sala de aula, possibilitando o uso de ferramentas como Google Drive, Docs e Sites, entre outros.
Parcerias decisivas
Para cobrir a imensa área de 62 cidades, a UEA investe pesado em seu corpo docente. Ampliou os concursos e oferece 158 vagas de doutorado aos seus professores. Em convênio com a FEA/USP, a universidade oferece 22 vagas para o doutorado interinstitucional em Administração. A UEA conta com 50 cursos de graduação, oito de mestrado, dois doutorados e 100 de pós-graduação latu sensu. São 26 mil alunos, sendo que metade está no interior do estado. De 1.110 docentes, 80% são concursados e destes, 501 são mestres e 261 são doutores. A taxa de doutores no corpo da universidade aumentou 30% em apenas um ano e meio. A UEA tem parceria com 40 universidades no exterior, entre elas a conceituada Harvard. “Vamos ampliar a parceria com a Harvard através do GOAmazon, projeto inédito de sensoriamento remoto. Além dos intercâmbios de Engenharia e Medicina, trazendo também alunos de lá em acordo de cooperação técnica”, revela Cleinaldo. Vale destacar ainda o convênio Riken Japão para pesquisas de Biotecnologia. “Vamos firmar também uma parceria inédita com a South Korea University. Precisamos descobrir como esses caras conseguem estar no topo da tecnologia mundial há 30 anos”.
Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes, nesta edição contou com a participação da jornalista Evelyn Cheida, Printer Press. [email protected]
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