O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD), aumentou o tom contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na reunião da CPI da Covid nesta terça-feira (13). Omar chamou Bolsonaro de “agressor de mulheres” e “péssimo presidente”. “Grande motoqueiro o Brasil tem, péssimo presidente o Brasil tem”, disse Aziz, ao citar das Forças Armadas.
A declaração de Omar foi proferida após a diretora da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, se recusar a prestar depoimento sobre as negociações para a compra da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde. Medrades conseguiu, no STF (Supremo Tribunal Federal), o reconhecimento do direito de não produzir provas contra si.
Aziz chegou a suspender a reunião para encontro com o ministro Luiz Fux, presidente do STF, para explicar o limite de silêncio. Antes, Omar ameaçou adotar as mesmas medidas tomadas contra o ex-diretor do Ministério da Saúde Ricardo Dias, que foi preso pela presidência da CPI da Covid no último dia 7 de julho por mentir à comissão.
Em referência à decisão de Fux, Omar afirmou que “é uma pena” que, enquanto o Brasil alcança 534.311 mortos pela Covid-19, os senadores não conseguem investigar os culpados pela omissão na compra de vacinas. Omar também voltou a criticar a nota emitida pelas Forças Armadas contra ele e cutucou membros do Planalto.
“Eu vi aqui uma correria quando aquele cidadão que está envolvido em tudo o que é treta no Ministério da Saúde foi preso. Foi uma correria do governo, até ir lá onde ele estava detido, membros do governo, aliados do presidente Bolsonaro foram lá se solidarizar com uma pessoa que foi exonerada por indício de corrupção”, afirmou Omar.
“As Forças Armadas sai com uma nota desproporcional contra mim. Eu acho que agora que o SNI (Serviço Nacional de Informações) soltou a minha ficha parece que eles vão entender que isso não me intimida. Não me intimida ele, o macaco-guariba, não me intimida. Vamos investigar”, disse Aziz.
O presidente da CPI disse a Medrades que poderia mandar prendê-la caso não respondesse as perguntas dos senadores. “Se a senhora acha (a pergunta) subjetiva, a presidência entenderá que não são objetiva. Só estou lhe avisando para que depois não diga que a gente cometeu uma arbitrariedade”, disse Aziz.
“Arbitrariedade em mandar recolher um mentiroso que foi exonerado pelo governo porque estava negociando propina de um dólar por vacina em um bar tomando chope. E o governo alvoraçado. Os membros do governo aqui em defesa dando entrevista, é um absurdo. ‘O presidente está cometendo abuso de autoridade’”, completou Omar.
Aziz disse que abuso de autoridade são as mortes e omissões do governo federal. “É ser complacente com um governo que não tem um milímetro de solidariedade. Um presidente que não é capaz de ser solidário aos brasileiros, um presidente que abre a boca para assacar quem se opõem a ele. Um presidente motoqueiro”, disse.
“O Brasil tem um presidente motoqueiro que, em vez de ir nos estados e municípios visitar um hospital, ir visitar uma família que perdeu um ente querido, vai assacar contra os adversários. É uma pessoa que não tem sensibilidade, agressor de mulheres, gosta de gritar com as mulheres, mas adora andar de moto”, completou Aziz.
Omar Aziz
Nasceu em Garça (SP), foi vice-prefeito de Manaus entre 1997 e 2001. Formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Amazonas, também foi vice-governador do Amazonas entre 2003 e 2010, quando se tornou governador, e foi reeleito em 2010. No PSD, conquistou uma cadeira no Senado pelo Amazonas em 2014.
Fonte: Amazonas Atual
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