Cotonetes, talheres, pratos, canudos, colheres e copos. Nenhum destes itens, fabricados com plástico descartável, podem ser comercializados na Alemanha desde o último sábado (3), quando passou a valer a lei aprovada em 2020.
Algumas embalagens de poliestireno expandido (isopor), usadas comumente como recipientes para alimentos em padarias e delivery, também foram banidas. A Associação Alemã de Utilitários Locais (VKU) estima que até 20% do lixo coletado em parques e espaços públicos são plásticos de uso único, sobretudo feitos de poliestireno.
Os itens afetados na proibição são justamente os tipos mais comuns de lixo no país. Segundo dados da Agência Federal do Meio Ambiente (UBA), o país teve um recorde de 18,7 milhões de toneladas de resíduos de embalagens em 2017.
De acordo com a nova lei, as garrafas PET devem ser elaboradas com pelo menos 25% de plástico reciclado até 2025. Além disso, a partir de 2023, cafés, bistrôs e restaurantes terão que ofertar opções reutilizáveis aos clientes.
Lei na prática
A proibição visa reduzir a circulação do plástico de uso único do cotidiano dos alemães. A medida alia-se às diretrizes da União Europeia que proíbe 10 tipos de plásticos descartáveis. Mas, apesar de já ter entrado em vigor, alguns pontos ainda precisam ser adequados. Tudo que há em estoque, por exemplo, poderá continuar a ser comercializado. Ou seja, mesmo parando com a produção e venda, ainda há muito plástico – e sua lenta decomposição – sujeito a poluir os mares e oceanos.
Há diversos produtos que ainda serão permitidos, como lenços umedecidos, absorventes internos e cigarros com filtros de plástico – considerados de difícil substituição. Os filtros de cigarro, em particular, estão na mira da Comissão Europeia, que aponta que uma única ponta de cigarro pode poluir entre 500 e 1000 litros de água e pode levar até doze anos para se desintegrar. Além disso, pesquisas apontam que as bitucas somam a maior parte do lixo dos oceanos. Isso já foi constatado, inclusive, em praias brasileiras.
Para o Greenpeace Alemanha, a lei falha em não criar políticas mais robustas que incentivem o uso de refis e um sistema eficaz de devolução. “Apenas uma obrigação em todo o país com recipientes reutilizáveis padronizados que podem ser entregues de Munique a Flensburg pode ajudar contra a crise do plástico”, diz Viola Wohlgemuth, especialista em gestão de reciclagem da organização ambiental Greenpeace.
Fonte: CicloVivo
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