Mais uma vez, o governo Bolsonaro recorre às Forças Armadas para o combate ao desmatamento e às queimadas na Amazônia. O decreto foi publicado nesta 2ª feira (28/6), estabelecendo uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) válida para Terras Indígenas, Unidades de Conservação e em áreas de propriedade ou posse da União. O governo também determinou a proibição do uso do fogo para atividades agropastoris em todo o país por 120 dias.
A nova GLO vinha sendo discutida pelo governo desde o mês passado, na esteira da explosão recente do desmatamento amazônico. No entanto, diferentemente da última GLO (a Operação Verde Brasil 2, encerrada em março passado), a nova operação terá um foco mais pontual, com menos soldados e recursos, e voltada para as áreas que concentram a maior parte dos focos de desmatamento. O decreto lista 26 municípios nos estados do Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia como áreas de atenção dos militares nos próximos meses. Malu Gaspar destacou n’O Globo o amadorismo do governo federal por antecipar os locais que serão fiscalizados, o que certamente alertará os criminosos ambientais para evitar essas áreas durante a operação.
“O governo insiste no fracasso da GLO porque o objetivo não é combater o desmatamento”, comentou Marcio Astrini (Observatório do Clima) em nota. “A nova GLO é uma versão anêmica do que não deu certo. Se o Exército quer realmente combater o desmatamento, precisa tomar providências contra o pior inimigo do meio ambiente, que é a pessoa que ocupa a Presidência da República”. O IPAM também criticou a nova operação militar, destacando o escopo geográfico e temporal reduzido da fiscalização.
A nova GLO foi amplamente repercutida na imprensa, com manchetes em veículos como CNN Brasil, Estadão, Folha, G1, O Globo e Poder360, além de destaques na Associated Press, Deutsche Welle e Reuters.
Fonte: ClimaInfo
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