A crise do setor elétrico causada pela queda na geração em virtude da diminuição dos níveis das usinas hidrelétricas está sendo vista por alguns como uma oportunidade de consolidação de projetos de geração de energia renovável, mesmo com os contratempos impostos pelo próprio governo federal.
O Globo fala da expectativa de empresas de energia eólica, que vislumbram a possibilidade da oferta de eletricidade a partir dessa fonte dobrar nos próximos meses no Brasil. Já a Época Negócios mostrou a movimentação do setor solar para aproveitar a crise para impulsionar a tecnologia no país. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o Brasil ultrapassou em junho a marca de meio milhão de conexões de geração própria de energia a partir de fonte solar fotovoltaica.
Por outro lado, o governo federal segue batendo cabeça para evitar o colapso do sistema elétrico. O ministro de minas e energia, Bento Albuquerque, voltou a negar nesta 4ª feira (23/6) a possibilidade de racionamento de energia. A negativa foi feita um dia depois do presidente da Câmara, Arthur Lira, protagonizar um vai-e-vem sobre as expectativas do Congresso Nacional para o setor elétrico.
Na 3ª feira, Lira chegou a dizer que o Brasil terá que passar por um racionamento de energia para evitar o “apagão”. Poucas horas depois, o parlamentar recuou da afirmação, minimizando o risco de racionamento e dizendo que o governo quer apenas um “incentivo ao uso eficiente da energia pelos consumidores de maneira voluntária”. O Globo repercutiu o tropeço retórico de Lira. Já Folha e Valor destacaram a negativa de Albuquerque sobre o risco de racionamento elétrico no Brasil.
À Reuters, a direção da Petrobras confirmou que pretende auxiliar os esforços do governo federal para evitar o colapso elétrico. Dentre as medidas em análise estão o aumento da oferta de gás natural para atender à demanda maior das usinas termelétricas, além da possibilidade de aumentar a própria geração de energia.
E o Valor mostrou que a usina termelétrica Porto de Sergipe I, a maior instalação térmica a gás da América Latina, está parada desde o ano passado. Com potência de 1,5 gigawatts (GW), a planta é capaz de atender a 15% da demanda elétrica do Nordeste; no entanto, desde a inauguração, em março do ano passado, a usina funcionou apenas nos meses de setembro e dezembro.
Em tempo: Quase ⅔ dos projetos eólicos e solares construídos no mundo no ano passado serão capazes de gerar eletricidade mais barata do que aquela gerada por todas as novas usinas a carvão, de acordo com um novo relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA). Segundo a análise, os custos da energia solar caíram 16% em 2020, enquanto o custo da geração eólica onshore caiu 13% e da eólica offshore, 9%. Em menos de uma década, o custo da energia solar de grande escala caiu mais de 85%; o custo da geração eólica onshore, 56%; e o da eólica offshore, quase 48%. O Guardian deu mais detalhes.
Fonte: ClimaInfo
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