Após os atos criminosos de traficantes em Manaus neste domingo, 6, a capital amanheceu deserta. Sem ônibus circulando e com a suspensão das aulas e trabalho presencial em repartições públicas, a circulação nas ruas ficou restrita a apenas alguns carros. Os serviços públicos no estado e município foram suspensos até às 11h.
Os passageiros que costumam lotar terminais de integração de ônibus, como o Terminal 1, na Avenida Constantino Nery, no Centro, desapareceram. Nenhum foi encontrado pelo ATUAL no local nesta manhã. Erlisson Pereira, 43, técnico de instalação, chegou a ir ao terminal às 5h45 em busca de ônibus para ir ao trabalho. Sem o transporte público, Erlisson tentou outras alternativas como a carona, mas sem sucesso.
“Na verdade, a gente está contando com caronas de parceiros que trabalham conosco. Porque nem Uber está vindo para cá para nos levar. Tentei pedir duas vezes e foi cancelado duas vezes. E o preço está absurdo, R$ 63, R$ 58”, disse.
Erlisson afirma que saiu com receio para trabalhar. “Tentaram atear fogo no Sinetram (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas) e eu moro aqui próximo, quase ao lado do Sinetram. E ‘meteram’ tiro ainda aí. É trabalhar, mas trabalhar com medo”, relata.
Maria Queiroz, 50, é funcionária do Sinetram e trabalha como supervisora no Terminal 1. Ela conta que após os ataques ao prédio do sindicato na noite deste domingo, 6, policiais precisaram ficar nas redondezas para evitar novos atos criminosos. “O pessoal não mexeu com o Terminal 1 não, graças a Deus. Mas também estava polícia com um carro ali, um no meio e outro circulando ali em cima toda hora”, diz. “Qualquer eventualidade no Centro eles desciam, voltavam. A Rocam passava de vez em quando”, afirma.
Desde às 12h deste domingo os ônibus do transporte público foram recolhidos para as garagens. O Sinetram não estipulou horário para a retomada do serviço essencial. Os veículos foram o principal alvo dos criminosos, que também atacaram agências bancárias, unidades básicas de saúde, delegacias e o PAC (Pronto Atendimento ao Cidadão), no bairro Educandos, zona sul.
Serviços de saúde e assistência social também foram afetados. O atendimento no Cras (Centros de Referência de Assistência Social), cozinhas comunitárias e o restaurante popular do bairro Compensa está suspenso. Nenhum deles vai abrir nesta segunda.
As unidades básicas de saúde, as clínicas da família e os demais centros de atendimento têm previsão de começar a funcionar apenas às 11h desta segunda, o que inclui a vacinação contra Covid-19.
Outro atendimento adiado é a entrega de documentos pra 11 mil candidatos classificados no programa Bolsa Universidade. A entrega começaria nesta segunda, mas foi transferida para terça-feira, 8.
(Colaboraram Alessandra Taveira e Walter Franco)
Fonte: Amazonas Atual
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