O Escritório da ONU para Assuntos Humanitários (OCHA) ressaltou nesta 4ª feira (28/4) a situação delicada que os países do Sahel e do entorno do Lago Chade, na África, estão enfrentando por conta da intensificação de conflitos armados e a piora das condições de vida decorrentes da mudança do clima. Quase uma em cada quatro pessoas nas áreas fronteiriças de Burkina Faso, Camarões, Chade, Mali, Níger e Nigéria (totalizando quase 29 milhões) precisarão de algum tipo de ajuda humanitária em 2021, um aumento de 52% em comparação com 2019. Quase 14 milhões de pessoas no Sahel estão enfrentando insegurança alimentar, sendo que 1,6 milhão de crianças sofrem com desnutrição aguda grave. Para atender a essas necessidades, a ONU pede aos países cerca de US$ 3,7 bilhões em doações humanitárias.
Em Burkina Faso, a ocorrência de enchentes no último ano causou um dos maiores movimentos migratórios do continente africano nos últimos tempos, com mais de um milhão de pessoas sendo forçadas a deixar suas casas por razão de eventos climáticos extremos. Junto com os refugiados, a violência também se intensificou na região, que registrou uma média de 302 incidentes violentos por mês no ano passado, um aumento de 114% em comparação com 2018. O Guardian deu mais detalhes.
Já a Foreign Policy destacou a situação em Mali. Há mais de uma década, o país da África Ocidental vive em meio a um conflito entre forças do governo e fundamentalistas islâmicos. Um relatório do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI) detalhou como a crise climática está dificultando as tentativas de paz na região. O Mali tem registrado aumentos sucessivos de sua temperatura média anual desde 1960, enquanto as chuvas têm diminuído constantemente. Isso intensifica os conflitos por recursos naturais e torna o país ainda mais vulnerável ao terrorismo e à insurgência.
Fonte: ClimaInfo
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