”… o único caminho que se conhece são as eleições, que dão uma lenta e nem sempre adequada resposta somente a cada 4 anos, o tempo de mais uma faculdade perdida.”
Juarez Baldoino da Costa
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Obtendo nota mínima no ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio, o jovem pode se inscrever no SiSU – Sistema de Seleção Unificada do MEC, e segundo sua pontuação no ENEM, ingressar numa faculdade pública. Se não for pelo SiSU, pode tentar o vestibular convencional.
A faculdade pública, antes de ser um sonho dos jovens, sem dúvida é um sonho do Brasil há muito tempo, porém irrealizável para 94% dos jovens pretendentes.
Os números mostram o desafio gigante deste sonho nacional irrealizável para tantos brasileiros: em 2019 foram 6.000.874 deles inscritos no ENEM por todo o país, e destes, no SiSU, se inscreveram 1.823.871, todos para tentar uma das 235.476 vagas oferecidas na rede pública por este sistema. Outras 414.250 vagas seriam ofertadas pelo sistema convencional de vestibulares, perfazendo o total oferecido de 649.426 vagas do sistema público, segundo a Revista de Ensino Superior.
Estas vagas em número total de 649.426 seriam disputadas tanto pelos 6.000.874 de jovens que fizeram o ENEM, quanto pelos jovens que não o fizeram, estimados em cerca de 4.000.000. A soma revela, portanto, que 10.000.874 jovens tentarão o sonho de conseguir uma das vagas, e 9.351.148 não conseguirão (94%), tendo a rede privada para buscar.
Quando se verifica que entre os 6% que conseguem ingressar no sistema público, a maior parte teria condição financeira de pagar uma faculdade privada, o sonho pode ser realizado, mas talvez devesse ser chamado de pesadelo.
Precisaríamos mais do que sonhar com um novo grande projeto, mas parece que ficaremos no sonho ainda por um longo período, já que o único caminho que se conhece são as eleições, que dão uma lenta e nem sempre adequada resposta somente a cada 4 anos, o tempo de mais uma faculdade perdida.
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