” Se não estivermos mais às voltas com o Coronavirus em 2022, o interior do Amazonas poderá continuar na UTI, sem UTI.”
Juarez Baldoino da Costa
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Há 265 anos, desde que a cidade de Borba foi fundada (em 1755), passando pela caçula Apuí de 1987, não foi possível ainda instalar um leito de UTI no interior do estado.
Certamente os 111 governadores desde o colonialista Joaquim de Melo e Póvoas (em 1760), passando pelos governos imperialistas e os atuais republicanos, com nomes como Lobo D’Almada, Ferreira Pena, Eduardo Ribeiro, Constantino Nery, Artur Reis, e nos últimos 40 anos de Gilberto Mestrinho a Wilson Lima, devem ter planejado a instalação de UTI no interior, cada época com o nome apropriado.
Porém, nunca houve um leito de UTI no interior do estado, há 265 anos. O interior “está em UTI”.
E porquê?
As opiniões estarão entre 2 extremos, sem entrar no mérito, indo desde o considerado “descaso político e falta de compromisso dos governantes (ou desgovernantes como classificarão alguns)”, até o resultado prático e financeiro da “viabilidade”, embora quaisquer das opiniões não justificarão a perda de uma vida sequer por falta deste recurso, nem agora, nem há 265 anos.
Não é o caso de se analisar o perfil de cada um dos 111 governadores e o grau de “governança ou desgovernança” de cada um, mas a realidade é que a COVID 19, lamentável acaso de exclusividade do mandato de Wilson Lima, acabe sendo o gatilho para rever o assunto ainda até 2022.
Isto porque no campo da viabilidade, algumas questões, entre outras, precisarão ser equacionadas e planejadas para permitir que se chegue à sua execução:
1– quantos serão os leitos e quais serão os municípios ou polos municipais escolhidos e porquê?
2– qual o histórico da frequência de uso de UTI e seu resultado na capital (normalmente via aérea) de pacientes oriundos do interior?
3– como estimar uma resposta, se mais eficaz para a UTI do interior, se comparada com a resposta que seria dada pela da capital, para se efetuar a escolha?
4– como na prática manter no interior equipes permanentes de médicos intensivistas e outros profissionais especializados, sem falar nos médicos em geral que hoje já não se vê?
O próximo governador será o de número 112, em 2023.
Se não estivermos mais às voltas com o Coronavirus em 2022, o interior do Amazonas poderá continuar na UTI, sem UTI.
06/03/2021
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