Por Comunicação IDESAM (com informações de assessoria)
Entre os dias 23 e 25 de setembro, representantes da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) estiveram no município de Maués-AM, para participar no desenvolvimento da Teoria de Mudança da Aliança Guaraná de Maués (AGM). O evento reuniu cerca de 20 pessoas, entre lideranças locais, comunitários e outros moradores e representantes da AMBEV e do IFAM envolvidos no projeto, seguindo normas de biossegurança, como o uso de máscara e limpeza constante das mãos.
O objetivo da reunião foi continuar o processo de planejamento estratégico da AGM, por meio da elaboração de uma Teoria de Mudança, metodologia que permite mapear os caminhos de um projeto para efetivamente ter impacto socioambiental positivo, a partir da definição dos problemas que se querem resolver.
Coordenada pelo IDESAM, a AGM é uma iniciativa da AMBEV, apoiada pela PPA e USAID que visa melhorar a qualidade de vida da população de Maués e fortalecer a cadeia de valor do guaraná. O projeto tem grupos de trabalho que atuam em diferentes áreas, como produção sustentável, turismo, educação e promoção sociocultural.
A construção da Teoria da Mudança foi conduzida por uma consultoria especializada promovida pela Tewá e com apoio do IDESAM. As lideranças locais, comunitários de regiões ribeirinhas e outros moradores de Maués iniciaram o desenho do que posteriormente será concretizado na proposta de Teoria da Mudança da AGM. O primeiro passo tomado foi o exercício de compreensão do cenário de problemas que precisam ser modificados.
Uma ferramenta para o desenvolvimento de intervenções de impacto, sejam elas projetos sociais, ambientais ou negócios sociais, a Teoria da Mudança começa a ser aplicada na Aliança Guaraná de Maués. Este ano, o coletivo de pessoas que fazem parte da iniciativa colocaram o primeiro tijolo simbólico na construção da Teoria da Mudança da AGM, que visa pôr em prática um plano de ação para contribuir com o território, promovendo mudanças importantes em setores estratégicos para o Município.
O time de especialistas da Tewá, formado exclusivamente por mulheres, confrontou os dados coletados sobre os principais problemas de Maués, construindo um modelo situacional para a Aliança, uma espécie de “árvore de problemas” a ser compreendida por todos os atores que compõem a iniciativa. Nesta árvore, foram identificados os pontos que sustentam o tronco, as suas raízes e quais frutos ela pode gerar. À luz das mudanças percebidas e das avaliações estratégicas de resultado e impacto, será gerado o plano de intervenção, a ser elaborado e implementado em resposta aos problemas e necessidades de Maués.
“Acreditamos que o mundo precisa de uma mudança de prioridades. Todos focam nos resultados, mas precisamos cuidar dos processos também, algo que nós mulheres temos a oferecer. Por isso, acreditamos em metodologias que tornem os processos mais participativos, de forma a todos juntos construírem o futuro que desejam. Exercícios para pensar o futuro que queremos é o que menos fazemos em coletividade”, observa Luciana Sonck, socióloga e sócia da Tewá.
Gestão colaborativa
A etapa também incluiu entrevistas conduzidas pelas consultoras especializadas da Tewá, entre julho e agosto de 2020, com membros dos Grupos de Trabalho da AGM (GT Socioambiental e Turismo, GT Sociocultural, GT Produção Rural, GT de Educação e Conselho de Produtores), equipe do IDESAM, representantes da PPA, Usaid, Ciat e Ambev, entidades que atualmente viabilizam a existência da Aliança.
Na prática, a intenção é que a construção da Teoria da Mudança fortaleça a gestão colaborativa do projeto e impulsione seus impactos ao longo do tempo, conforme aponta Miriam Frota, gerente agronômica da Ambev. “A AGM vem com uma proposta de dar mais sustentabilidade a cultura do guaraná em Maués, através da conexão entre as pessoas, das discussões, e formular propostas que auxiliem nesse contexto. É (importante) manter isso de uma maneira fortalecida através de ações como a capacitação, a conexão entre esses produtores, que eles estejam empoderados e também financeiramente suportados para continuar com a cadeia do guaraná, tendo ela um papel importante no desenvolvimento das pessoas, da comunidade”, ressalta Frota.
Morador da comunidade da ilha Michiles e liderança indígena do povo Sateré Mawé na região, Josibias Alencar participou ativamente do processo de construção da Teoria da Mudança da AGM, contribuindo com seu vasto conhecimento da região. “Participar desse processo é algo muito importante como liderança Sateré Mawé. Essa construção de ideias que vão ajudar a gente a aprimorar o que almejamos junto para o futuro. Tenho certeza que vou sair com novas perspectivas para a melhoria da qualidade de vida da minha comunidade e do nosso povo”, afirma Alencar.
Atualmente, organizações notáveis como Unicef, Unesco, ONU, ICE (Inovação em Cidadania Empresarial) e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), entre outras, construíram suas Teorias de Mudança nos últimos anos.
Fonte: IDESAM
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