O Pantanal ultrapassou na última 3ª feira (22/9) a marca de 16 mil focos de incêndio em 2020, mais que o acumulado de cada ano desde 1998, quando o INPE começou a acompanhar essas ocorrências. É o pior resultado da série histórica, sendo que o total de queimadas deste ano já supera os 12 meses de 2019 em 60,8%. O UOL repercutiu esses dados.
Um efeito dramático das queimadas pantaneiras pode ser o retorno das araras-azuis à lista de animais ameaçados de extinção, de onde haviam saído em 2014. O Globo ouviu Neiva Guedes, presidente do Instituto Arara Azul, que contou como tem sido os esforços para resgatar essas aves e garantir sua sobrevivência.
A Polícia Federal segue investigando um grupo de fazendeiros do Mato Grosso por promover queimadas intencionais no Pantanal. De acordo com a Repórter Brasil, cinco propriedades que teriam sido alvo da ação criminosa vendem gado para empresas da família Maggi que, por sua vez, são fornecedoras de frigoríficos como JBS, Marfrig e Minerva. A partir de dados levantados pelo Instituto Centro de Vida, a reportagem mapeou as áreas afetadas pelo fogo e usou dados do Cadastro Ambiental Rural e da secretaria de fazenda do MT para identificar as propriedades. Os focos de incêndio que aconteceram nessas propriedades, na região de Poconé, foram responsáveis pela destruição de mais de 166,7 mil hectares, área equivalente à cidade do Rio de Janeiro. A Folha também destacou essas informações.
Enquanto isso, o governo federal confirmou que enviará 43 bombeiros da Força Nacional de Segurança, acompanhados por viaturas e um helicóptero, para auxiliar no combate às queimadas no Mato Grosso. Já a comissão externa do Senado convidou algumas autoridades do governo federal, entre elas Mourão, Salles e Tereza Cristina, para acompanhar um grupo de parlamentares que visitará a região de Corumbá (MS) na próxima semana.
Em tempo: A Ilha do Bananal, a maior ilha fluvial do planeta, queima há quase um mês. Situada entre a Amazônia e o Cerrado, ela registrou mais de cinco mil focos de incêndio desde o final de agosto, em uma área que abrange aproximadamente 25 mil km2. O fogo ameaça comunidades indígenas localizadas no interior da ilha. De acordo com o Estadão, moradores da região sabem que a maior parte dos incêndios é de origem criminosa, para renovação de pastagens e criação de gado, atividade proibida em Unidades de Conservação.
Fonte: ClimaInfo
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