Na Deutsche Welle, Nadia Pontes traz à tona o ambiente vivido dentro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) às vésperas de seus 59 anos de existência. Ao invés de celebrações, funcionários relatam tensão com as mudanças que vêm sendo promovidas pela atual direção interina, sob comando do coronel da Aeronáutica, Darcton Policarpo Damião, desde meados do ano passado.
O pano de fundo das tensões é o plano de reestruturação do INPE, desenhado por Damião e pelo ministro Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovação) sem qualquer discussão com os servidores. Como destaca a matéria, o temor é que, por trás das mudanças esteja a intenção de impor um controle absoluto sobre os dados sobre desmatamento gerados pelo INPE.
Um aperitivo deste temor se deu nesta semana, quando o vice-presidente Mourão divulgou em suas redes sociais os dados sobre desmatamento na Amazônia relativos a julho, antecipando-se ao INPE, que programava publicar a informação hoje (7/8). Como lembrou Phillippe Watanabe na Folha, o INPE segue um rito restrito quanto aos dados, tornando-os públicos em seu website sem qualquer adiantamento à imprensa. Mourão usou os dados do INPE para alegar que a Operação Verde Brasil 2 está sendo bem sucedida no combate à devastação ambiental na Amazônia – o que, na prática, não se sustenta, já que desconsidera os recordes de desmatamento registrados em maio e junho, já sob a vigência das ações militares na região.
Fonte: ClimaInfo
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