Já está em andamento frenético a caça e a captura dos votos na temporada eleitoral de 2018. E agora – no jargão do manda quem pode e desobedece quem tem juízo – o povo pode ter sua vez. Até porque deverá ir pra cadeia quem não tiver foro privilegiado. E o povo está começando a descobrir o mito da caverna política, ou seja, a desmontar as aparências enganosas das promessas à luz da realidade expressa nas condutas obscuras de seus representantes. E, dessa vez, os atores das velhas estratégias de exploração do erário vão pro tudo ou nada. Já sabem e sentem na pele que a opinião pública não suporta mais a prosopopeia da enganação.
E em se tratando do grupo que está assentado à cadeira do poder a ordem, portanto, é beliscar – no sentido da apropriação a qualquer custo – as oportunidades de confisco dos recursos existentes. Um dos alvos são os benefícios fiscais da Sudam e o próximo com certeza será a ZFM (Zona Franca de Manaus).
A fonte secou e o saco sem fundo do caixa comum não tem mais de onde espremer. Só nos resta o levante, o instrumento do safanão moral através daqueles que estão na boca da caçapa, à mercê da bola fatal e escura da eliminação. Esta é a nossa chance de cutucar o brio dos que dizem nos representar e ajudar a defender este quinhão fiscal, discreto e fecundo chamado impropriamente de ZFM, nesse vaivém da caça aos niqueis e banditismo editorial.
Chegou a hora de transformar em moeda eleitoral os acertos do Amazonas na contrapartida fiscal. Quem tiver competências política de demonstrar compromisso sai na frente e até pode escapar da degola dos sufrágios. E que venha à tona o descaso daqueles que, tendo a oportunidade, não se empenharam de verdade na tarefa corriqueira de falar em nome e do tomar partido do interesse geral.
Será que a bancada federal do Amazonas procurou saber quem era o especialista em veterinária que foi escolhido por Brasília para governar o Impa? Foram quatro anos de uma gestão bovina, ou seja, com declamação de muita poesia e de interlocução vazia. Sequer deu tempo e não entrou na prioridade do diretor, que agora deixa a instituição, de conhecer o potencial de oportunidades em coleções e inventários preciosos que já consumiram 65 anos.
Mas não cabe a ninguém senão a nós a responsabilidade de habitarmos a ilharga da omissão, tanto na escolha de nossos representantes como no exercício sadio do acompanhamento e cobrança. Temos que bater nos mea culpa do peito se eles tratam a coisa pública como extensão de seus propósitos e posses pessoais. Somente se nós mudarmos de conduta eles serão atropelados pelos novos tempos da participação.
E nem tudo são cobranças e desavenças na gestão do patrimônio político, acadêmico e ambiental do Amazonas. Há que se cobrar compromisso com as boas notícias e frutos do Pacto De Gestão entre UEA e USP, o Doutoramento Interinstitucional, que “internou” metade do grupo de 22 doutorandos, no universo da Faculdade de Economia e Administração da USP, a melhor nota da Capes, o órgão do MEC responsável pela capacitação docente. E isso acontece depois de completar seu primeiro ano, em março de 2018, que começou a dar frutos, mais do que a qualificação desses 22 doutores em Administração, surgem atores da Gestão da Amazônia, de seus gargalos e desafios.
E isso começa a mostrar seus resultados nas áreas de inovação, infraestrutura, retenção de recursos de P&D para adensar, diversificar e regionalizar a indústria, a bioeconomia e tecnologia de informação de comunicação. Todos são temas prioritários.
Resta saber quem vai endossar o movimento, abrir mão do imediatismo de suas questões d emprestar sua colaboração, assumir seu papel decisivo na construção de um futuro que já começou nos corações, mentes e compromissos de quem quer navegar e escrever para o Amazonas, o Brasil, uma nova história, transparente, solidária e em mutirão. A hora é esta.
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