Em pesquisa publicada recentemente pelo ATUAL, foram apresentados os desempenhos da gestão estadual com os resultados do bom planejamento e os estragos para a gestão improbidade. No Amazonas, de 2014 a 2016, empenhados em manter o mandato, pouco ou quase nada aconteceu. Aplausos para o Acre que se destacou entre as unidades da Federação no enfrentamento da retração da atividade econômica, dos custos crescentes da máquina administrativa e do pagamento de benefícios polpudos aos servidores aposentados. A publicação divulga o estudo ‘Ranking de Competitividade dos Estados 2017’, idealizado e produzido pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a Tendências Consultoria Integrada.
No Amazonas, território livre da abundância perversa, vale destacar o projeto DIMPE – Condomínio Industrial Primeiro de Micro e Pequenas Empresas Ozias Monteiro Rodrigues, instituído no final de 2008, foi apoiado pela Suframa e se apresentava como um projeto de ponta a ser multiplicado por todo Estado e ser exemplo ao Brasil.
Primeiro equívoco: entregar para uma empresa pública a gestão de negócios privados.
O projeto foi concebido com base nas experiências exitosas de outras regiões. Contém 24 galpões, uma área administrativa, um secador para madeiras e depósito auxiliar. Inicialmente foi enfatizada a indústria moveleira, entretanto as indicações para o sucesso do empreendimento apontavam para um condomínio misto, por isso foi atualizado e incluído o seguimento de biotecnologia. Talvez seja o DIMPE uma das melhores estruturas públicas do Brasil para instalação e fomento de indústrias. Como o projeto inicial foi concebido para movelaria houve a necessidade de investimentos de empresas contempladas para adequação do seguimento de bioindústria, como foi o caso da Amazon Green, Pharmakos, Gotas da Amazônia e Oiram Alimentos. Outras do ramo moveleiro como AGA Móveis, BK Móveis e Bioflex fizeram edificações para ampliação de espaço, dobrando ou triplicando a capacidade de armazenamento e produção.
Divergências entre o entendimento de alguns condôminos e técnicos da Seplan sobre a renovação do contrato e as atualizações do projeto para melhoraria do desempenho das empresas, acabou por gerar impasses, que perduram até hoje, com histórica omissão da SEPLAN no sentido de busca de soluções.
Eis alguns gargalos.
1-Falta de gestão profissional do projeto DIMPE – Causa principal.
2-Os critérios de seleção das empresas não atenderam os requisitos do projeto inicial. (Interferência política)
3-Abandono da gestão do Projeto DIMPE – (Desde 2010)
4-A falta de ações motivadoras do projeto desde o ano de 2010 foi desestimulador (Abandono da gestão)
5-Falta de acompanhamento do desempenho das empresas. (Consequência da falta de gestão)
6-A indefinição do modelo que representa o DIMPE, ora tratado como Distrito Industrial, ora tratado como Incubadora. (Falta de visão empreendedora)
7-Inexistência de corpo técnico na SEPLAN para gerenciar o DIMPE. (Não é a especialidade deste órgão público)
8-Falta de perspectivas futuras para as empresas instaladas. (Inibem investimentos dos empresários, que acabam se transferindo para outras regiões)
9-Impossibilidade de crédito para expansão por falta de garantia real. (Grande parte das empresas concessionárias não tem patrimônio para garantir investimentos)
10-Falta de projetos de divulgação e facilitação de comercialização para as empresas instaladas. (O DIMPE ainda é desconhecido. Nunca ocorreram ações com o objetivo de prestigiar comercialmente as empresas)
11-Não inclusão das empresas nas compras do Estado. (O governo do Estado e o municipal, por si só, viabilizariam todas as empresas do DIMPE, simplesmente criando mecanismo para adquirir alimentos, fitofármacos e móveis. Mas tiveram participação insignificante). Sem planejamento e rigor, vira um horror.
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