O governador que será eleito neste domingo vai encontrar um Estado com uma economia esvaziada, que se esforça para sobreviver à recessão que açoitou o Amazonas, desde 2014, de modo especialmente perverso pelo perfil de sua produção industrial. O Polo Industrial de Manaus se esgota em suas perspectivas de futuro, em parte por conta das barreiras tarifárias internacionais que exigem competitividade dos atores para quem pretende se estabelecer.
Este cenário adverso reduziu drasticamente a atratividade dos incentivos fiscais provocando um movimento de indisfarçável desindustrialização. Que foi feito por parte do poder público – nas últimas décadas – para reverter essa tendência e assegurar as premissas da competitividade desta planta industrial sem agregação de valor aos seus produtos e sem infraestrutura adequada para sua autonomia e pujança? O que significa arrumar a casa neste Estado historicamente discriminado por um país que confisca a riqueza aqui produzida, e com uma bancada isolada, reduzida e descomprometida, com pontuais exceções, com questões dessa envergadura?
Como, quando e para onde ir?
Não há novidade nestes questionamentos. O esvaziamento da ZFM tem sido objeto de alertas frequentes por parte das entidades do setor produtivo, analistas econômicos e especialistas em desenvolvimento regional. E o alerta sempre se pautou pela grita do planejamento, a necessidade de definir as estratégias e os cenários para aferir um novo paradigma industrial, socioambiental e de ciência e tecnologia.
O arranjo industrial precisa ser diversificado em seus produtos e regionalizado em suas cadeias de produção e numa configuração que aproveite com racionalidade as oportunidades econômicas e ambientais do bioma florestal com plástico verde, resinas, polímeros, oleaginosas e muita Inovação para agregar valor. Sem planejamento, entretanto, organizado e com representação efetiva de todos os setores do tecido social, iremos a lugar nenhum. Pela falta de planejamento, cada setor, segmento ou grupo mais articulado, estaremos atirando em todas e nenhuma direção.
A abundância de recursos em tempos recentes revelou seu lado perverso, inibindo a busca de outras iniciativas, acomodando empreendimentos e desestimulando as atitudes criativas do avanço e da superação. Além de tudo isso, estamos diante da convergência tecnológica, uma onda estonteante de mudanças nos produtos, processos e atitudes baseadas no conhecimento embutido. Ninguém sabe dizer ao certo o que vem por aí e, portanto, ninguém propõe nada para preparar os negócios que serão determinantes no mercado de amanhã.
Boa notícia
O Executivo da Whirlpool e Conselheiro do Cieam Armando Ennes agradeceu e exaltou a prontidão dos técnicos da Suframa e do Governo Estadual no encaminhamento do projeto que a Whirlpool apresentou na reunião do Codam, nesta quinta-feira, dia 24, para produzir em Manaus a única máquina de bebidas all in one do mundo. Projeto aprovado pela Suframa, ganhou reconhecimento e impulso por parte do Governo do Estado para produção de uma máquina que é inédita no planeta.
“A Whirlpool Latin America, dona das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid, foi estimulada pelo Governo do Estado, através das Secretarias de Planejamento e Fazenda para instalar na Unidade de Manaus uma moderna e inédita linha de produção da máquina de bebidas B.blend, que é a primeira plataforma completa de bebidas em cápsulas do mundo”.
Segundo o dirigente, o equipamento permite instalar na casa dos consumidores uma verdadeira fábrica de bebidas. Além de um purificador de água de última geração, a B.blend transforma cápsulas em mais de 20 sabores de bebidas quentes, geladas, com ou sem gás, incluindo apenas agua com gás. Trata-se de uma das principais inovações brasileiras em eletrodomésticos das últimas décadas que inaugura um novo seguimento.
O projeto chega num momento estratégico para simbolizar os primeiros sintomas de alívio da crise e vai integrar as alternativas para o equilíbrio econômico da economia do Amazonas. A iniciativa da Whirlpool Latin America se soma aos esforços de ampliar os negócios na região, provendo mais recursos, oferta de empregos e visibilidade para o universo de possibilidades da ZFM, que passa a se fortalecer como polo industrial deste novo segmento, detendo o privilégio da produção exclusiva da máquina e diversificando o portfólio de produtos inovadores da cidade. “Estamos muito felizes por o Governo do Estado ter entendido a importância do projeto e dos benefícios que esta notícia traz, além disto Manaus precisa encontrar nova alternativas como estas para poder crescer”, destacou Armando Ennes.
Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. [email protected] |
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