A melhor resposta aos ataques contra a ZFM e o Amazonas, que se ampliam a cada dia, é o caminho do entendimento. Entretanto, esse entendimento deve começar dentro de casa. “Costumes de casa levamos às praças”, diziam os antigos. Ficar expondo ou impondo condições ou motivações sem entender as posições do outro lado, certamente é diálogo de surdos e estéril.
As agressões e distorções se multiplicam em clima de caça aos bodes expiatórios do rombo monetário e tributário do Brasil. Essas agressões também se repetem internamente já há algum tempo. Bater boca, portanto, tem significado historicamente a desembarcar em lugar algum. Temos que ter habilidade para ampliar o rol de aliados, tanto na mídia como nas instituições de ensino e pesquisa, e entidades do setor produtivo e laboral para apresentar e justificar o modelo fiscal da Zona Franca de Manaus externamente. Em âmbito doméstico, porém, precisamos mapear as prioridades públicas que temos em comum.
Isso implicará sempre em disposição para o diálogo, em desarmar preconceitos, em identificar no outro as mesmas proposições que nos solidarizam em defesa do Amazonas. E qual é a base econômica deste Estado, prioridade maior que deve nos unir, pois dela dependem mais de 80% a movimentação econômica estadual. Cabe-nos, pois, aprimorar as ações que temos levado a efeito em 50 anos, diversificando, adensando e interiorizando os benefícios da ZFM e colocando preço no serviço ambiental que temos prestado ao Brasil e ao clima.
Candidatos e currículos
O que as entidades do setor produtivo – na expectativa dessa agenda colaborativa – esperam do novo gestor ou gestora que logrará o reconhecimento político-popular, nessa campanha eleitoral excepcional? Oxalá os candidatos possam apresentar suas propostas claramente e debatê-las respeitosamente sobre o que pretendem fazer se eleitos. E saibam demonstrar aos eleitores o que pretendem fazer. E a nós, contribuintes em geral e setor produtivo em particular, cabe perguntar pela transparência e pela gestão participativa.
Chega de arranjos e definição monocrática sobre as prioridades da sociedade. Queremos sentar à mesa da colaboração pelo bem comum.
Integração urgente e inteligente
O novo governador ou governadora precisa trabalhar alinhado com a Suframa e com os estados da Amazônia. Dele se espera assegurar apoio político para que os recursos da Autarquia fiquem na região juntamente com as verbas de P&D, para que possamos transformar a gestão dos incentivos na Amazônia Ocidental, com abrangência nos Estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, incluindo também os municípios de Macapá e Santana, no Amapá, em soluções robustas para o Brasil.
Cuidar do Amazonas é prioridade, porém, isso está diretamente vinculado a uma integração com toda a área que a Suframa administra, que é equivalente a três vezes o tamanho do Sudeste, a região mais rica do país, e que utiliza 53% de toda renúncia fiscal. Só assim vamos mostrar essa distorção e lutar pela inversão desta anomalia.
É preciso dizer que todo o Norte do Brasil, com esta exuberância ignorada chamada Amazônia, usufrui de apenas 12% dos incentivos federais para o desenvolvimento regional.
Agressões gratuitas
Os arautos da cizânia estão baixando o nível nos ataques a ZFM, com expressões de baixo nível e acusações falaciosas como a do especulador profissional Alexandre Schwartsman, que definiu o modelo como “…mamata que, apenas em renúncias fiscais, consumiu algo como R$ 28 bilhões/ano entre 2012 e 2016”. Se não nos juntarmos, conhecer e defender a ZFM, eles continuarão agredindo o maior acerto fiscal da história da República.
Aqui no Amazonas temos 500 empresas no Polo Industrial de Manaus, que sobrevivem às manobras de alguns atores do Sudeste, empenhados em espalhar cortinas de fumaça porque olham o mercado como uma ciranda financeira e a sociedade como espaço de manobras de figuração para se dar bem.
Para que ninguém esqueça
Aqui empreendemos, somos o III PIB Industrial, e representamos apenas 0,6% dos estabelecimentos indústrias do Brasil. Não somos ameaça para 30% das indústrias do Brasil sediada em São Paulo. Falta brasilidade e disposição para o diálogo de alinhamento fiscal, industrial, ambiental e de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Temos 20% do banco genético, 20% da agua doce e 50 anos de experiência industrial numa economia de baixo carbono que conserva 95% da floresta. Fomos alertados pelos docentes da USP e da UFMG – que nos ajudam a criar novas modulações econômicas – que estaria em movimento uma intervenção fiscal. A quem importa as pesquisas de doutorado da USP sobre a “Distribuição da Riqueza na Zona Franca de Manaus”, onde, com nota máxima e louvor, descobriu-se que 54,42% da riqueza produzida na ZFM é recolhida aos cofres federais. As empresas não usam um só centavo público e só usufruem de isenção quando emitem nota fiscal de seus produtos.
Nos ataques, aparentemente orquestrados, apareceu até humorista que, disfarçando sua piada vigarista, atacou investidores e colaboradores da Zona Franca de Manaus para agradar tomar partido de uma colega de trabalho, num caso passional, para atingir um empresário da região.
Alguém me diga por que tanta hipocrisia, reforçada pela pena alugada de alguns escribas, subitamente transformados em canguru da notícia que se apegam a números isolados sem olhar o contexto de sua significação. Por essas e por outras, temos que alinhar esforços, talentos e projetos. Antes que seja tarde!
Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. [email protected]# |
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