“À medida que o Polo Industrial de Manaus avança para seu próximo marco histórico, a celebração dos sessenta anos da ZFM, o desafio será aprofundar essas conexões, ampliando o impacto positivo das indústrias nas comunidades locais e consolidando a Amazônia como um modelo global de acertos no desenvolvimento sustentável.”
Por Rildo Silva
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O Polo Industrial de Manaus (PIM) caminha para completar seis décadas de existência, consolidando-se como uma das iniciativas mais importantes do Brasil na promoção do desenvolvimento econômico da Amazônia. Nesse longo percurso, o PIM tem passado por significativas transformações, que o prepararam para os desafios atuais de sustentabilidade e inovação. O adensamento, a diversificação e a interiorização da economia são pilares que têm guiado essa evolução, contribuindo para a construção de uma economia de acertos que beneficia tanto o setor produtivo quanto as populações locais.
A palavra-chave desse processo é adensamento
Ao longo dos anos, o PIM tem fortalecido as cadeias produtivas, não apenas atraindo indústrias, mas criando conexões com outras iniciativas locais. Foi essa a mensagem do superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, na última reunião da Suframa com as empresas no CIEAM. A bioeconomia, impulsionada por projetos como o coordenado pelo IDESAM no PPBio, é um exemplo de como o conhecimento acumulado sobre a biodiversidade amazônica pode ser incorporado às atividades industriais, promovendo o uso sustentável dos recursos naturais. Esse adensamento contribui para aumentar a competitividade das empresas, gerando novos produtos e serviços que refletem as riquezas da floresta.
Outro eixo fundamental tem sido a diversificação
A economia da Amazônia, que historicamente dependia de poucos setores, como o extrativismo e a indústria eletroeletrônica, tem se expandido para novas áreas. Hoje Manaus é topo do ranking nacional de intensidade tecnológica. A integração das cadeias produtivas da bioeconomia, a introdução de tecnologias limpas e a criação de novos mercados para produtos derivados da biodiversidade amazônica demonstram que a economia da região é mais robusta e diversa do que nunca. Iniciativas como as apoiadas pelo PPBio, que impulsionaram 17 cadeias produtivas e fortaleceram 28 bionegócios, evidenciam o potencial de diversificação em diferentes setores da economia regional.
Finalmente, a interiorização do desenvolvimento é um aspecto crítico para garantir que os benefícios do crescimento econômico alcancem comunidades ribeirinhas, indígenas e produtores rurais que vivem nas áreas mais remotas da Amazônia. A expansão das atividades econômicas para fora de Manaus e para municípios do interior do estado do Amazonas tem sido um objetivo estratégico do PIM, com resultados concretos. Os números são expressivos: em 31 municípios, as cadeias produtivas da bioeconomia apoiadas pelo PPBio já geraram mais de 450 empregos diretos, promovendo inclusão social e econômica em regiões que antes estavam à margem dos grandes projetos industriais.
A conexão entre o Polo Industrial de Manaus e a floresta amazônica, facilitada por programas como o PPBio e o trabalho inovador do IDESAM, mostra que o futuro da Amazônia pode ser construído com base em uma economia de acertos. A trajetória do PIM, que se aproxima de seus 60 anos, revela que adensar, diversificar e interiorizar são mais do que palavras de ordem: são estratégias comprovadas para assegurar que a região se desenvolva de maneira sustentável e inclusiva.
À medida que o PIM avança para seu próximo marco histórico, a celebração dos sessenta anos da ZFM, o desafio será aprofundar essas conexões, ampliando o impacto positivo das indústrias nas comunidades locais e consolidando a Amazônia como um modelo global de acertos no desenvolvimento sustentável.
Rildo Silva é empresário e presidente do SINAEES – Sindicato da Indústria de Aparelhos EletroEletrônicos e Similares e membro da Comissão ESG do Centro da Indústria do Estado do Amazonas.
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