Tanto se fala dela, mas o que a Amazônia tem de especial na verdade? Descubra o que tem de mais extraordinário na floresta: uma biodiversidade incomparável, um papel vital no equilíbrio climático, riquezas medicinais inexploradas, uma bioeconomia que transforma recursos naturais em tesouros sustentáveis e muito mais.
A Amazônia, com sua vasta extensão e biodiversidade incomparável, é uma das regiões mais importantes do mundo. Suas florestas tropicais, serviços ecológicos, e o papel bastante relevante na regulação do clima continental e global são apenas algumas das características que tornam a Amazônia verdadeiramente especial. Neste artigo, exploraremos em detalhes os aspectos que fazem da Amazônia um tesouro insubstituível para o planeta.
A avanço do conhecimento científico sobre a floresta amazônica solidifica cada vez mais o entendimento desse bioma como um imenso almoxarifado genes e serviços ecológicos, com benefícios em potencial que podem e devem ser levados para os povos indígenas e as comunidades locais, mas também para o mundo inteiro. Com mais de 6,7 milhões de quilômetros quadrados, a Amazônia abriga 47 milhões de pessoas, incluindo 2,2 milhões de indígenas de mais de 500 grupos diferentes.
No entanto, a região enfrenta ameaças constantes, como o desmatamento, mineração ilegal, exploração madeireira e a expansão da agricultura e pecuária. Essas atividades não apenas degradam o meio ambiente, mas também afetam profundamente as comunidades indígenas e tradicionais que dependem da floresta para sua subsistência.
A Amazônia e o Clima
A Amazônia desempenha um papel crucial na regulação do clima do continente mas também influencia em todo o mundo. As florestas da região atuam como um sumidouro de carbono, absorvendo grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, o que é essencial para combater as mudanças climáticas. As árvores amazônicas realizam a fotossíntese, um processo que remove o CO2 do ar, e libera oxigênio, ajudando a manter o equilíbrio atmosférico.
Por outro lado, quando as florestas são queimadas ou desmatadas, o carbono armazenado nas árvores é liberado de volta na atmosfera como CO2, contribuindo significativamente para o efeito estufa. O desmatamento descontrolado na América do Sul e em outras regiões aumentou consideravelmente as emissões de CO2, exacerbando a crise climática global.
Embora o desmatamento seja um problema gigantesco, por diversas razões, quando o assunto é crise climática é importante notar que as principais causas das são as atividades humanas relacionadas à queima de combustíveis fósseis, como petróleo, gás e carvão, para sustentar principalmente o uso intensivo de energia na indústria e no transporte.
Quer entender mais? Leia “Entenda como a Amazônia é tão importante para regular o clima do planeta”
Importância hidrológica
A floresta é um dos principais fatores para o ciclo hidrológico da América do Sul. Não existira agronegócio se não fosse a Amazônia. Os chamados “rios voadores” da Amazônia transportam umidade para o sul do continente, sendo essenciais para a agricultura em países como Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil. A bacia amazônica é responsável por 20% da água doce que deságua nos oceanos do mundo, e sua conectividade e qualidade da água são vitais para a saúde humana, segurança alimentar e meios de subsistência.
Sem suas florestas, a Amazônia perderia biodiversidade, liberaria grandes quantidades de carbono, sofreria erosão do solo e enfrentaria devastação hidrológica e climática. A perda dos serviços ecossistêmicos impactaria em todo o planeta, agravando a crise climática global e tornando impossível manter o aquecimento planetário abaixo de 1,5 graus Celsius.
Importância da biodiversidade
No lugar que abriga cerca de 25% de todas as espécies do mundo, da bactéria até o mamífero, 90% destas não foram descobertas ainda. Estudos indicam que uma nova espécie de animal ou vegetal é descoberta na Amazônia a cada dois dias, e que menos de 0,5% das espécies da flora foram estudadas detalhadamente quanto ao seu potencial medicinal. Isso demonstra o imenso potencial inexplorado da região, que poderia contribuir significativamente para a medicina moderna e a biotecnologia.
Este ecossistema rico e complexo também é um reservatório de conhecimentos ancestrais e de compostos químicos naturais com potencial medicinal. Durante milênios, os povos indígenas da Amazônia têm utilizado plantas e animais para curar doenças e desenvolver medicamentos. Infelizmente, o rápido desmatamento ameaça a continuidade desse valioso conhecimento.
Leia também: “Floresta Amazônica: a sociobiodiversidade como valor universal”
Quanto da Amazônia já foi desmatada?
Algumas estimativas apontam que desde a chegada dos europeus até 2021 a Amazônia, em todo seu território continental, perdeu cerca de 85 milhões de hectares, equivalentes a 13% da cobertura original. O Brasil lidera essa perda com 69,5 milhões de hectares desmatados, seguido por Peru, Colômbia, Bolívia e Venezuela. Equador, Guiana, Suriname e Guiana Francesa somam 1,9 milhão de hectares desmatados.
A bioeconomia como solução
Palavra que está na moda e na boca de muita gente, as vezes bem utilizada e por outras faladas da boca pra fora, com oportunismo do marketing da época. Mas afinal, o que é bioeconomia?
Diante das ameaças enfrentadas pela Amazônia, a bioeconomia surge como uma solução promissora para o desenvolvimento sustentável da região. A bioeconomia promove a conservação da biodiversidade e a transição para modelos de baixo carbono, contribuindo para a preservação do bioma.
Investimentos na Amazônia devem considerar impactos econômicos, ecológicos, sociais e culturais a curto e longo prazo. Além disso, esse modelo econômico permite a criação de empregos mais qualificados ao agregar valor a insumos da floresta que, tradicionalmente, são vendidos como commodities. Adotar a bioeconomia é essencial para tornar a floresta mais rentável e produtiva enquanto ela permanece em pé, em harmonia com a natureza e os serviços ambientais que proporciona.
E o que mais a Amazônia tem de especial?
Além dos aspectos abordados, a Amazônia também abriga um grande número de questões relevantes. É preciso sempre mencionar a importância da preservação da cultura e dos direitos dos povos indígenas – cuja sabedoria ancestral é vital para a conservação da floresta. O turismo sustentável pode ser uma fonte decisiva de renda, enquanto promove a conservação ambiental. A região também está no centro de questões geopolíticas, com disputas de recursos naturais e influência estratégica.
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