O tecido Adam Sheet, desenvolvido em Aomori, Japão, combina sustentabilidade e inovação ao transformar resíduos de maçã em material resistente à água e arranhões, ideal para acessórios e mobiliário.
Aomori se destaca como a principal região produtora de maçãs no Japão, sendo o berço da variedade “Fuji”, que atualmente é amplamente cultivada no Brasil. A alta produção na região acarreta, infelizmente, um significativo desperdício dessas frutas. Isso motivou um estúdio de pesquisa e design a encontrar uma solução criativa para esse problema, resultando na criação de um tecido inovador feito a partir do bagaço das maçãs.
“Com sede em Tsugaru, Aomori, Japão, coletamos maçãs desperdiçadas dos agricultores locais e criamos produtos com nossa tecnologia de processamento exclusiva e o poder do design”, declara o Studio Sozai Center, que está por trás da invenção deste tecido singular, inteiramente produzido a partir do bagaço de maçã.
Características do Adam Sheet
A inovação, conhecido como Adam Sheet, é orgânica, lavável e possui uma transparência notável, mantendo ainda o característico tom marrom-avermelhado da maçã. Um aspecto importante do processo de fabricação é a ausência de corantes, preservando assim a cor natural da fruta.
O Adam Sheet se destaca por suas propriedades ecológicas, incluindo resistência à água e a arranhões, além de suportar lavagens com água ou detergentes neutros sem se deteriorar. Contudo, é necessário ter cuidado para não expô-lo a óleos, perfumes, cosméticos e substâncias similares, bem como evitar o uso de ceras, tira-manchas, álcool, solventes e produtos afins.
Aplicações práticas e impacto ambiental
Os criadores do material apontam que ele pode ser utilizado na confecção de acessórios e até na finalização de móveis de interior. Até agora, já foram criados porta-cartões e mini bolsas com o tecido, ideais para guardar documentos, telefones e passaportes, sendo especialmente úteis em viagens. Ambos os produtos já estão disponíveis no mercado.
Os tecidos desenvolvidos a partir de resíduos da indústria alimentar representam uma alternativa significativa para diminuir o impacto ambiental associado a certas práticas da indústria da moda. Isso é especialmente relevante considerando que a decomposição de roupas feitas de fibras sintéticas pode levar séculos, e os componentes químicos presentes nesses tecidos frequentemente contaminam o solo e a água. Essa inovação surge como uma resposta à produção de vestuário efêmero e descartável, que é trocado a cada estação ou conforme as tendências da moda.
Com informações do CicloVivo
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