Temos feito muito pouco por nós mesmos. Longe de prejudicar os interesses da Federação, investir mais na região os ativos aqui conquistados vai implicar em ganhos mais generosos para a arrecadação do país. Com a evidência dos fatos e dados, e com um cardápio recheado de alternativas que vão agregar resultados para a Amazônia e para o Brasil, podemos dizer o que o bom senso já sabe: a Zona Franca de Manaus não é problema é solução para a Amazônia.
Por Nelson Azevedo
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As reformas se tornam urgentes para o país começar a decolar. O tempo é curto, o prazo exíguo e a demora é fatal para as devidas decisões. A mais crucial de todas foi colocada em nossas mãos no momento em que foi estabelecido o calendário da Reforma Tributária. E não é segredo para ninguém que o pacote está maduro, e preparado desde o início da pandemia. A pressa se confirma pela rapidez com que as propostas da PEC 45 e PEC 110 encontraram inimagináveis coincidências em suas postulações.
Caberá estabelecer concordâncias uma proposta objetiva de apontamentos que atendam aos interesses de todo o setor produtivo. Há, pois, um clima de prontidão no toque de todas as caixas. Há uma história de vidas e conquistas em jogo. Certamente por isso, brotam iniciativas na perspectiva da melhor reação. Neste momento, porém, a estratégia precisa ser outra. A conjugação pronominal do nós em todos os veros. Nós podemos juntar, acolher, valorizar, aprimorar, respeitar e sempre somar.
Um exercício de construção coletiva para coletar as melhores sugestões na elaboração de pacote beneficente a todos. E o melhor de tudo isso: quem sai ganhando é a ZFM, a Amazônia e o Brasil. O que nós queremos a não ser continuar trabalhando com segurança jurídica, garantindo a geração e distribuição dos benefícios numa visão de totalidade, ou seja, manutenção permanente da engrenagem circular, popularmente chamada por roda da economia.
De braços dados com a Constituição
Sempre dentro da Lei – que nos confere o diferencial competitivo coerente com nossos embaraços locucionais – e sem petulância mas sempre alinhados com o interesse maior do Brasil, é imperativo neste momento organizar claramente a relevância de nossos propósitos. Temos produzido muita farinha, o pirão é suficiente para abastecer a tribo, notadamente sua expectativa federal.
É inadiável, agora, atualizar em números, estatísticas e indicadores a proeza que construímos e os resultados que consolidamos. Sem deixar de alertar que – pelo tamanho dos descuidos acumulados pelas partilhas federativas – a riqueza aqui consolidada precisa ter seus ativos majoritários aqui aplicados. Qual o sentido de um estado pobre, numa região tão pobre ser um dos campeões da arrecadação federal?
Premissas do capitalismo
A ordem capitalista supõe poder de compra da sociedade. Aplicar no contexto social parte robusta da riqueza que produzimos é o destaque de nossa lista de prioridades. Precisamos clarear as demais, uniformizar nossas escolhas e emergências. Afinal, é tarefa exclusivamente nossa decidir as urgências de que precisamos para contribuir mais com o Amazonas e com a Amazônia Ocidental.
Temos feito muito pouco por nós mesmos. Longe de prejudicar os interesses da Federação, investir mais na região os ativos aqui conquistados vai implicar em ganhos mais generosos para a arrecadação do país. Com a evidência dos fatos e dados, e com um cardápio recheado de alternativas que vão agregar resultados para a Amazônia e para o Brasil, podemos dizer o que o bom senso já sabe: a Zona Franca de Manaus não é problema é solução para a Amazônia.
O Polo Industrial de Manaus não é custo é benefício para o Brasil e, rigorosamente, para todos os brasileiros. Esta é a aritmética da redução das desigualdades regionais, do reconhecimento inteligente e da integração emergente desta região ao país.
Temos orgulho do que fizemos até aqui
Mais ainda do que poderemos fazer. Principalmente no que se refere aos benefícios adiados para esta civilização de jovens ávidos por conhecimento, qualificação e realização pessoal. Sem fulanizar nem deixar que as vaidades setoriais e pessoais tomem assentos na primeira fila. Pelo conjunto da obra, o mérito é de todos, e os galardões, para sermos justos, precisam ser coletivos. Neste conturbado início de ano, houve uma redução de 47% dos repasses federais para o Amazonas, de acordo com o portal da Transparência. Certamente, recolhemos bem mais do que recebemos da União no mesmo período.
Assim tem sido deste o começo da administração da Suframa 56 anos atrás. Vamos mudar esta (des)ordem gerencial em benefício do Amazonas, da Amazônia e do país. E esta tarefa depende exclusivamente de nós, do conjunto de nossas sugestões e ações. Com a força de trabalhadores e empreendedores que nos permite assumir a vaidade que conferimos à Zona Franca de Manaus.
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