A Eletrobras, principal empresa de energia da América Latina, faz movimentos em direção a sustentabilidade, com metas de zero emissões até 2030. Seu foco inclui energia renovável, hidrogênio verde, e projetos ambientais, como o “Impacto Amazônia” e investimentos significativos na região.
A Eletrobras, destacada como a principal companhia de energia elétrica da América Latina, tem a visão de evoluir para uma “green major”. Seu foco é intensificar a produção de energia renovável e a descarbonização. Está se esforçando para ser líder em áreas como hidrogênio verde e armazenamento de energia. Seu recente plano estratégico, revelado em março, tem o objetivo de eliminar emissões líquidas até 2030.
“Para Eletrobras, a visão é evoluir e ser reconhecida como uma ‘green major’, uma grande corporação global focada em energia renovável, adotando as melhores práticas socioambientais nas próximas décadas. Estamos determinados a ser uma empresa net zero até 2030. Isso se divide em duas principais estratégias: primeiro, a decisão de descontinuar a geração de energia térmica, focando apenas em fontes renováveis, e segundo, através da venda ou desativação de ativos térmicos. Assim, minimizamos significativamente nossas emissões de gases de efeito estufa, que, por Megawatt-hora (MWh), já são bem inferiores à média global”, explica Pedro Garcia, Gerente Executivo de Responsabilidade Social da Eletrobras, em conversa com o podcast Entre no Clima, do Um Só Planeta.
Engajamento com a Amazônia
Após a privatização em 2022, a Eletrobras se engajou em iniciativas como se tornar representante do “Impacto Amazônia”, um movimento do Pacto Global apresentado em Nova York no último setembro. Isso faz parte da estratégia Ambição 2030, concebida para impulsionar a Agenda 2030, encorajando entidades a assumirem metas públicas, ambiciosas e mensuráveis. O objetivo é motivar empresas dos setores público e privado a promoverem o progresso sustentável da Amazônia, focando nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
No que diz respeito à Amazônia, a Eletrobras se comprometeu a alocar R$ 295 milhões anualmente nos próximos 10 anos, integrando o Programa Pró-Amazônia Legal, gerenciado pelo Ministério de Minas e Energia. A meta é incentivar a produção de energia limpa e a navegabilidade local. Isso decorre do processo de privatização da Eletrobras, que estipulou a responsabilidade de auxiliar na recuperação dos recursos hídricos das bacias dos rios São Francisco e Parnaíba, assim como das áreas adjacentes à usina de Furnas e de projetos visando reduzir custos de energia na Amazônia Legal e melhorar a navegabilidade dos rios Madeira e Tocantins.
Investimentos futuros
“Dentro de uma década, a Eletrobras, em parceria com o governo federal, estará engajada em uma das maiores ações de investimento socioambiental do Brasil, os chamados fundos regionais, determinados pela lei de privatização da empresa. Anualmente, a Eletrobras investirá R$ 875 milhões, totalizando cerca de R$ 9 bilhões em 10 anos”, salienta Garcia.
Redução da dependência termelétrica
O crescimento das fontes eólica e solar, juntamente com o avanço da geração distribuída, diminuiu a dependência da geração termelétrica, que sempre foi o alicerce da matriz energética do Brasil, segundo Garcia. No entanto, no 3º Inventário de Emissões Atmosféricas de Usinas Termelétricas, divulgado recentemente pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), a Eletrobras foi listada entre as maiores emissoras de gases de efeito estufa em 2022. De todas as emissões registradas, cerca de 75% pertenciam a quatro empresas: Petrobras (22%), Eletrobras (21%), Fram Capital Energy (20%) e Eneva (11%).
Mas Garcia ressalta que a transformação está em andamento. Em 2022, a Eletrobras diminuiu suas emissões de carbono em 42% em relação a 2021, e 97% de sua capacidade de geração de energia no Brasil agora vêm de fontes limpas.
Compromisso com o Meio Ambiente
“A manutenção da floresta é crucial para as estratégias climáticas da Eletrobras, do Brasil e do mundo. Um dos pilares centrais de nosso plano é combater a urgente crise climática que não pode mais ser ignorada. Portanto, é totalmente congruente para a Eletrobras apoiar movimentos como o Impacto Amazônia, investindo em tais iniciativas e combatendo a fragmentação vista na atuação de muitos intervenientes neste campo”, destaca Garcia.
Desafios globais no setor energético
As ambições da Eletrobras refletem uma demanda mundial no domínio energético. A energia desempenha um papel central na luta contra a crise climática e é vital para impulsionar soluções. A maior parte dos gases de efeito estufa, responsáveis pelo efeito estufa, origina-se da produção de energia, principalmente da combustão de combustíveis fósseis.
Esses combustíveis, como carvão, petróleo e gás, são os principais responsáveis pelo aquecimento global, contabilizando mais de 75% das emissões desses gases e quase 90% de todas as emissões de dióxido de carbono. A ciência é inequívoca: para mitigar os piores efeitos no planeta e cumprir o Acordo de Paris, as emissões devem ser cortadas pela metade até 2030 e alcançar zero emissões líquidas até 2050.
Com informações de Um Só Planeta
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