O Programa Prioritário de Bioeconomia aportou quantia milionária para incentivar a produção de couro sustentável com matéria prima que antes era considerada lixo
A Yara, startup que se destaca na confecção de couro derivado de peixes da Amazônia, obteve um aporte financeiro significativo no valor de R$ 2 milhões. Esses recursos foram disponibilizados por meio do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio), coordenado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e executado pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam). Essa iniciativa visa impulsionar projetos sustentáveis na região amazônica.
O principal objetivo da Yara é desenvolver uma cadeia produtiva completa para o pescado, tratando a pele do peixe como matéria-prima valiosa, ao invés de considerá-la um resíduo. Dessa forma, a startup cria produtos com a identidade amazônica, destinados às indústrias da moda e revestimento.
Em entrevista ao Startups, Bruna Freitas, CEO da Yara, destaca os desafios enfrentados pelas empresas de bioeconomia. Segundo ela, o investimento de R$ 2 milhões representa uma oportunidade única para demonstrar que esse tipo de desenvolvimento é adequado para a região amazônica. Enquanto muitos enxergam essas peles de peixe como lixo insolúvel, para a Yara, elas são um rio de oportunidades no qual estão prontos para mergulhar.
O anúncio do investimento foi feito durante o Workshop sobre o financiamento de projetos a partir da Lei de Informática. O Idesam, instituto responsável pela execução do programa PPBio, avalia empresas em potencial e facilita a conexão entre investidores da indústria e as startups promissoras.
Green Leather: Couro sustentável e tecnológico da Yara
A tecnologia desenvolvida pela Yara é baseada no conceito do “Green Leather”, um couro produzido de forma sustentável em todas as etapas do processo. Desde a aquisição das peles de peixe, evitando que se tornem resíduos descartados de maneira inadequada, até o beneficiamento do produto final, a startup busca utilizar ingredientes orgânicos provenientes da própria floresta.
Nos próximos seis meses, a empresa se dedicará a ampliar a variedade de produtos disponíveis no mercado. Além disso, a Yara planeja estabelecer o primeiro curtume verde da Amazônia, visando iniciar um processo de produção em larga escala.
A CEO da Yara destaca a intenção da empresa em desenvolver a cadeia do pescado de forma sustentável. Para isso, a startup busca parcerias estratégicas com as aldeias indígenas, frigoríficos e comunidades pesqueiras. A proposta é elaborar uma solução completa, desde a origem do material até o destino correto dos resíduos. Ao utilizar recursos e ingredientes da floresta, a Yara garante que as peles de peixe não sejam descartadas incorretamente, transformando o que seria resíduo em valiosa matéria-prima.
Conheça mais sobre a startup Yara Couro da Amazônia
A Yara demonstra um compromisso em unir inovação, tecnologia e desenvolvimento sustentável. Através do Programa Prioritário de Bioeconomia, a startup recebeu o apoio necessário para impulsionar sua missão de criar produtos com a identidade da Amazônia, contribuindo para a preservação do meio ambiente e para a promoção da economia circular na região.
Com informações de Startups
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